11 a 18 de Maio de 2013
Verso
para Memorizar:
“Semearei Israel para Mim na
terra e compadecer-Me-ei da Desfavorecida; e à Não-Meu-Povo direi: Tu és Meu
povo! Ele dirá: Tu és o meu Deus! (Os 2:23)
O livro de Miqueias é o sexto na ordem dos
Profetas Menores. Seu nome (Miykah) é
uma variação de Miyka’el ou Miguel e
expresso em forma interrogativa: “Quem é como Jeová?” Ele nasceu numa
cidadezinha chamada Moresete-Gate, subúrbio da cidade filisteia de Gate.
Profetizou nos dias dos reis de
Judá, Jotão (740-736 a.C.), Acaz (736-716 a.C.) e Ezequias (716-687 a.C.). Foi
contemporâneo de Isaias e Oseias. Ao que indicam as evidências, Miqueias era de
origem humilde, o que se depreende do fato da omissão do nome de seu pai no
livro.
O texto do profeta revela o uso de
muitas figuras de linguagem e jogos de palavras para anunciar a mensagem.
Esquematização do livro
Os capítulos 1 a 3 compõem-se de ameaças
de castigos futuros.
Os capítulos 4 e 5 tratam de
promessas de libertação.
Os capítulos 6 e 7 são compostos de
exortações e confissão de pecados da nação. Há também promessas de restauração.
DOMINGO
A
agonia do profeta
Ser escolhido como profeta de
Deus não era uma missão das mais agradáveis. A impopularidade era o primeiro
obstáculo. Ninguém apreciava que seus pecados fossem expostos e eles ameaçados
de juízos.
Um autor cristão escreveu: “... Era um pouco
difícil pregar no Velho Testamento, principalmente por serem poucos os profetas
para uma nação grande e com transporte rudimentar. Lembre-se de que não existiam
automóveis, aviões, etc. Tudo era feito a pé ou a tração animal, da mesma forma
a comunicação era escassa, até o papel era caro; também poucas pessoas sabiam
ler. Contabilize a isto tudo os falsos profetas, que tinham mais sucesso pois
falavam o que o povo queria ouvir, igualmente como hoje.”
Elias e Jonas pediram a morte.
Moisés pediu que seu cargo fosse transferido para outra pessoa mais habilitada.
Dos servos de Deus é dito: “Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem
superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e
açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados
pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de
ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o
mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos
antros da terra.” (Hb 11:35-38)
O ministério de Miqueias durou cinquenta anos (Clarke).
Imaginem que tipo de vida ele levou em meio a um povo apostatado, corrupto,
adúltero e idólatra!
Evidentemente exigia muita coragem da parte dos profetas
denunciar os pecados de reis, príncipes, magistrados, sacerdotes e até falsos
profetas. Mais difícil ainda era ver que sua dura missão não obtinha resultados
positivos. O trabalho árduo dos profetas que clamaram contra o reino do Norte
não pôde evitar o cativeiro assírio e a dissolução do país.
Embora o profeta agisse no zelo de Deus, ele não queria
que as ameaças do Senhor se cumprissem, e seus conterrâneos fossem punidos com
rigor por seus pecados. Porém, sua lealdade os impedia de “pôr panos quentes”
nas mensagens. Nenhuma das palavras do Senhor eles omitiam.
SEGUNDA
Miqueias profetizou durante um período em que “circunstâncias
mais aterradoras do que as que até então tiveram lugar no reino de Judá. O
Dicionário Teológico de C. C. Andrade, falando das apostasias do povo
escolhido, assim se expressa no verbete “apostasia”: “No Antigo Testamento, não foram poucas as
apostasias cometidas por Israel. Somente em Juízes há sete desvios ou abjurações
da verdadeira fé em Deus. Para os profetas, a apostasia constituía-se em adultério
espiritual. Se a congregação hebreia era tida como a esposa de Jeová, deveria
guardar-lhe fielmente os preceitos, e jamais curvar-se diante dos ídolos. Jeremias
e Ezequiel foram os profetas que mais enfocaram a apostasia israelita sob o
prisma das relações matrimoniais... Há que se estabelecer aqui a diferença entre
apostasia e heresia. A primeira é o abandono premeditado e completo da fé; a
segunda, a abjuração parcial dessa mesma fé.”
A
sintomática da apostasia é vista na descrição detalhada do cap. 2 de Miqueias. A
nação:
1)
Tinha prazer na injustiça.
2)
Planejava o mal e a transgressão.
3)
Praticava ações injustas.
4)
Cobiçava os bens do próximo.
5)
Repudiava continuamente as repreensões proféticas.
6)
Ostentava orgulho espiritual.
7)
Mantinha inimizade contra Deus.
8)
Ostentava falsa religiosidade.
9)
Aborrecia o bem e amava o mal.
10) Explorava
os menos favorecidos.
11)
Proliferavam falsos pastores, profetas e teólogos.
O
parágrafo 2 da lição de hoje traz um comentário alertador sobre a completa alienação
de Judá. É bom lê-lo com vagar. A nação não tinha a menor compreensão de sua
realidade ou condição, porquanto se julgava ainda como favorecida: “Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.”
Esse comportamento sugere um tipo de laodiceanismo no Antigo
Testamento. Deus lhes dizia através dos profetas: “Vomitar-te-ei da Minha
boca... Não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.” Mesmo
diante das palavras da Testemunha Fiel e Verdadeira, o povo retrucava: “Rico
sou e estou enriquecido e de nada tenho falta.”
TERÇA
O verso 2 do capítulo 5 de Miqueias é a
reafirmação da vinda do Prometido de Deus mencionado na aliança de Jeová com
Abraão. Nele seriam benditas todas as famílias da Terra. Em Sua infinita
sabedoria, Deus indicou até o lugar onde nasceria o único Ser divino humano que
seria chamado Filho de Deus.
Esse Rei viria da linhagem de Davi, mas era Deus em
roupagem humana, o único Ser teantrópico. Ele deveria ter um corpo a oferecer
em resgate dos perdidos.
A vinda desse Rei
era a revelação do “mistério que estivera oculto dos
séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos...” (Cl
1:26). E Jesus sempre reivindicou Sua posição divina diante dos homens, mas
esses não O compreenderam. Quando disse que Ele existia antes de Abraão,
quiseram esmagar Seu crânio com pedras.
O Messias era a
solução final de Deus para as apostasias de Israel, para dar fim ao domínio do
pecado, para combater e vencer os principados e potestades das trevas, para expurgar
definitivamente o pecado do Universo. Deus veio pessoalmente para lidar com
Suas errantes criaturas e restaurar o que a Escritura chama de “primeiro
domínio”.
Ele, que
subsistia em forma de Deus, não achou que Sua condição divina fosse algo de que
não devesse abrir mão. Mas esvaziou-Se a Si mesmo tornando-Se obediente até à
morte e morte de cruz.
Um Homem que existia antes de
existir
Em Sua passagem
pelo mundo, Jesus deu inúmeras e insofismáveis provas de Sua divindade. Fez
muitas declarações e realizou sinais e milagres que somente Deus poderia
empreender. Pregou e ensinou com divina autoridade e não como os escribas e
fariseus. Ele não queria que remanescessem dúvidas nos corações. Depois de Seu
profícuo ministério, ninguém poderia dizer que o Senhor foi omisso em
revelar-Se e que não houve condições de discernir a pessoa do Messias. Ele veio
para o que era Seu e os Seus não O receberam. Não, porém, por deficiências de
revelação, mas porque os caminhos dos homens eram maus e não estavam
interessados em permitir que o Senhor os convertesse.
Foi perseguido e
execrado pelos líderes religiosos de Seu tempo. Foi caluniado continuamente,
Seus motivos impugnados, Suas palavras distorcidas. Foi condenado em meio à maior
farsa judicial de todos os tempos. Apesar de reconhecer a inocência de Cristo,
o pusilânime Pilatos mandou acoitá-Lo depois de O haver entregue nas mãos dos
judeus para crucificá-Lo. Pedro O negou. Os discípulos, exceto João, fugiram e
O abandonaram.
O trato que deram
a Cristo, não obstante as revelações divinas a Seu respeito, mostra até que
ponto o pecado escraviza e cega as pessoas. Como Jesus mostrou na parábola dos
lavradores maus, os homens lançaram mão do filho do senhor da vinha e o mataram
para se apoderarem da herança.
A despeito do que
fizeram com Seu Filho, Deus não desistiu de Israel. Ainda hoje a porta de
salvação está aberta a judeus e gentios. Todos podem receber o Libertador e ser
salvos por Ele.
QUARTA
O que é bom
O que é bom?
Deus é bom, isto é, Ele é amoroso, perdoador, justo, perfeito em todos os Seus
caminhos, leis, estatutos e juízos. Ele só faz o que é melhor para todos. Assim
sendo, tudo o que vem dEle é bom, até mesmo Seus juízos contra o pecado.
Sua
Lei é boa. Seus caminhos são bons. Sua Palavra é boa, perfeita, restaura a
alma. Quando alguém observa Sua Lei, se diz que ele pratica o que é bom e reto.
“Asa fez o que era bom
e reto perante o Senhor, seu Deus.” (2Cr 14:2)
O que fazia
Israel nos tempos de Miqueias? Exatamente o contrário da vontade de Deus.
Injustiças, inclemência, violência, mentiras, crueldade, orgulho, formalismo, “balanças
falsas”, “saco de pesos enganosos” (Mq 6:11), andar “nos estatutos de Onri” e
praticar as “obras da casa de Acabe” (Mq 6:16). O capítulo 7 de Miqueias fala
pormenorizadamente das corrupções de Israel.
É impressionante
o sentido apelo de Deus ao povo: “Povo Meu, que te tenho feito? E com que te
enfadei? Responde-Me!” (Mq 6:3)
Barnes observa:
“Essa terna palavra, repetida duas vezes, contém um volume de reprovação. Ele
expõe a escolha deles por livre graça e toda a história de Sua amorável
bondade, para que assim eles se envergonhassem de sua ingratidão e voltassem
para Ele. O Senhor diz: ‘Vocês são meus pela criação, pela providência, pelos
grandes livramentos e pelo contínuo amor e proteção, pelos dons da Natureza, o
mundo e a graça; tais coisas fiz por vocês; o que fiz contra vocês? ‘Que mal fiz a vocês?”
Religião é vida prática
“O apóstolo mostrou que a religião não consiste em ritos e cerimônias, credos e teorias. Se assim fosse, o
homem natural poderia entendê-la pela pesquisa, como entende as coisas do
mundo. Paulo ensinou que a religião é uma coisa prática, uma energia salvadora, um princípio inteiramente de Deus, uma
experiência pessoal do poder renovador de Deus sobre a alma.” AA, 451.
“A
verdadeira piedade é medida pela obra realizada. A profissão nada é; nada é a
posição; um caráter
semelhante ao caráter de Cristo é a evidência que precisamos apresentar, de que
Deus enviou o Seu Filho ao mundo. Os que professam ser cristãos, mas não
fazem como Cristo faria Se estivesse em seu lugar, ofendem grandemente a causa
de Deus. Eles representam mal o seu Salvador e se mostram sob falsas cores...” BS, 37, 38.
Nas profundezas do mar
Eis alguns lugares de descarte de pecados que
estão à disposição do Deus perdoador para lançar os pecados dos homens:
- Fossa das Marianas – 11.033 m
- Fossa de Tonga – 10.882 m
- Fossa das Kurilas – 10.542 m
- Fossa das Filipinas - 10.540 m
- Fossa de Kermadec - 10.047 m
- Fossa de Izu-Bonin - 9780 m
- Fossa do Japão - 9000 m
- Fossa de Porto Rico - 8605 m
- Fossa do Atacama (também chamada fossa do Peru-Chile) - 8065 m
É claro que o Senhor não lançará
literalmente os registros celestiais, onde estão anotados os pecados dos homens,
nos abismos marítimos, mas a imagem das profundezas é utilizada para mostrar a
inacessível distância em que as violações serão postas, não mais importunando o
pecador com suas culpas e condenações.
Uma coisa que Deus não faz é lançar em rosto
do pecador os delitos praticados para humilhá-los, alimentar seu sentimento de
culpa e mantê-los sob pressão moral de ameaças de juízo. Evidentemente,
prosseguindo o pecador em sua impenitência, terá de recolher a messe de sua
semeadura. Deus, contudo, quer que esse escolha a vida e está disposto a fazer
tudo o que estiver ao Seu alcance (que é infinito) para salvar.
Deus perdoa a iniquidade. Em outras
palavras, Ele perdoa a maldade, a desobediência deliberada e consciente, a
injustiça com que pecamos. Ele Se esquece da transgressão de Seu povo. A
memória de Deus é sem fim e infalível, mas o Senhor faz questão de não
rememorar nossos delitos. Seu prazer é perdoar, riscar pecados, apagar
transgressões. Ele não faz questão nem de olhar os livros celestiais para ver
como está nossa conta com Ele. Sua ira se manifesta sempre contra o pecado, mas
Deus é tardio, muito tardio em irar-Se. Tem piedade de nós e sabe que somos
apenas pó. “Se observares, Senhor, iniquidades, quem,
Senhor, subsistirá? Contigo, porém, está o perdão, para que Te temam.” (Sl 130:
3, 4)
Antes
de Deus lançar nossas iniquidades nos abismos dos oceanos, Ele as lançou sobre
Cristo, o Portador de pecados. Isaías 53:6-10 confirma: “Todos nós andávamos
desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez
cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e humilhado, mas não
abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda
perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Por juízo opressor foi
arrebatado, e de Sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da
terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi Ele ferido. Designaram-lhe
a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na Sua morte, posto que
nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em Sua boca. Todavia, ao Senhor
agradou moê-Lo, fazendo-O enfermar; quando der Ele a Sua alma como oferta pelo
pecado, verá a Sua posteridade e prolongará os Seus dias; e a vontade do Senhor
prosperará nas Suas mãos.”