Comentários Lição 12 - Criação e o Evangelho (Prof. César Pagani)

16 a 22 de Março de 2013

Verso para Memorizar

“Pois assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.” 1Co 15:22.

Nota do comentarista: Os irmãos poderão achar alguma diferença nos títulos principal e diários da lição. É que os traduzimos diretamente do original e esses podem não ser iguais aos dos impressos na lição em português.

             Falha de projeto?  Será que a concessão da livre vontade aos seres recém-criados não foi um ato falho do Criador? Não seria melhor, para o bem de todos, que Deus não Se arriscasse tanto? Ora, Deus é amor. Seria amor submeter compulsoriamente a vontade dos seres criados, não lhes dando qualquer chance de pensar livremente como seres autônomos? Deus tem vontade livre. Ele pode escolher fazer o que bem entender. Como o homem e a mulher foram criados à Sua imagem, receberam como atributo comunicável do Criador o poder de exercer arbítrio ou fazer escolhas por si mesmos.
            Deus preferiu não pensar por eles, mas neles. Eles não eram meras extensões da Divindade, mas seres dotados de inteligência e perfeição de caráter, que podiam escolher seus caminhos.  O Senhor não tem controle remoto para seres pensantes. Nesse benefício o Senhor mostrou que também é Deus gracioso.  Por concessão de Sua bondade eles eram livres para fazer o que quisessem. É claro que havia mandamentos diretores para sua conduta, porém, eles eram benignos conselhos de justiça e não algemas espirituais.
            O pecado já existia. Começou com Lúcifer e se estendeu aos seus seguidores.  A Terra podia ser contaminada com a intrusão do maligno em seus negócios.  Deus sabia de antemão o quanto lhe custaria, caso o pecado se espalhasse, eliminá-lo do Universo. Seu infinito amor e respeito por Suas criaturas humanas não permitiu que medidas arbitrárias fossem tomadas para limitá-las. Ele instruiu o casal com todo o cuidado sobre a existência do mal. Se eles se mostrassem firmes escolhendo atender às palavras do Eterno e resistissem às insinuações do perverso ser, seriam postos fora do alcance do mal.

DOMINGO
 Graça no jardim
            A graça já existia muito antes do pecado. Cristo era o Cordeiro morto muito antes da fundação do mundo e Ele o foi porque Deus amou o mundo de tal maneira antes que esse existisse. A graça de Deus atuou precedendo o pecado.
            A advertência feita pelo Senhor quando ainda o casal estava em perfeita santidade foi: “[...] No dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn 2:17). Quando Deus falou “no dia”, estava Se referindo ao período de tempo literal de 24 horas. Isto é, se Adão pecasse, sofreria a morte no mesmo momento. Mas isso não aconteceu. Estaria Deus usando de coerção para obter o que desejava, mas não tinha a menor intenção de cumprir o que prometera na ameaça? Evidentemente que não. E por que o casal transgressor não foi eliminado? Porque os méritos do sacrifício de Cristo pelo mundo já estavam vigendo e poupou o par, dando-lhes tempo de arrependimento e conversão.
            Deus não ficou impassível diante da ofensa que Seus filhos Lhe lançaram em rosto. Com o coração confrangido Ele os procurou no Jardim. Estavam ocultos, mas não à vista dEle. Depois de confrontá-los o Senhor “abriu o processo” de justiça. Fez-lhes várias perguntas para provocar-lhes o senso da gravidade do seu ato.
            Como geralmente acontece com os réus, Adão e Eva declararam-se inocentes. Adão colocou a culpa na mulher e, indiretamente, em Deus. Eva colocou a culpa na serpente e, indiretamente, em Deus. Nenhum dos dois assumiu a culpabilidade.
            A sentença do Juiz foi perfeita e a dosimetria da pena foi muito leve em relação ao vulto da transgressão.
1)     Maldição sobre a serpente, um animal doméstico de Adão.
2)    Inimizade entre homens e Satanás. Entenda-se aqui inimizade de seres convertidos contra Satanás, com luta ativa e ingente , desmedida. Os poderes das trevas pelejariam para tirar a eternidade do alcance do homem.
3)    Dores de gravidez e parto.
4)    Domínio do marido sobre a mulher. Nunca foi plano divino que houvesse algum tipo de supremacia entre ambos.
5)     Maldição sobre a Terra, o ambiente em que o homem vivia.
6)    Sustento angustioso da vida. O trabalho de sobrevivência não seria fácil.
7)     Morte física; extinção, corpo desfeito, dissolução da consciência e dos pensamentos.
8)    Expulsão do Jardim.
9)    Acesso vedado à árvore da vida.
Terminado o julgamento, o bondoso Pai faz vestes de pele para o casal, que já começava a sentir frio por causa da queda de temperatura.
O Senhor os expulsou do Éden, mas nunca deixou de amá-los e cuidar deles. A graça de Deus é, realmente, imponderável, fascinante, encantadora...

SEGUNDA
            O pecado é o assassino da vida tanto temporal quanto eterna. Onde ele reina não pode haver vida em seu sentido mais completo.  Ele transformou um homem eterno – Adão - em pó. Embora esse tenha vivido 930 anos, diz a Escritura que findo esse tempo ele cessou de viver. “Os dias todos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos; e morreu.” (Gn 5:5)
            A maior parte do tempo de vida de Adão foi passada no caminho rumo à morte. Ele vivia sabendo que um dia haveria de morrer.  O pecado que cometera e suas consequências foram-lhe pesado fardo durante toda a existência, diz EGW. 
            A “fórmula” criadora de Adão foi argila do solo mais água e uma centelha da vida de Deus – o fôlego de vida. O corpo de Adão não era uma estrutura autoexistente. Ele teve um começo e seria mantido em vida mediante alimentação frugal, ingestão do fruto da árvore da vida e estrita fidelidade a Deus.
            O alvo era manter-se ligado ao Criador, a Fonte da vida. Mas, lamentavelmente, entrou em cena o chatta’th (hebraico) ou hamartia (grego) – pecado -, que literalmente significa “errar o alvo”, “não ter parte em”, “desviar-se do caminho da retidão e honra”, “desviar-se da Lei de Deus” (Léxico de Strongs)
            O mandamento de Deus que era para a vida (ver Rm 7:10) tornou-se em morte por causa da desobediência, da transgressão.  O fluxo da vida eterna vindo do Autor da Vida foi interrompido. O pecado fez divisão entre o pecador e Deus (Is 59:2). Essa separação seria eternamente mortal se Cristo não Se houvesse interposto e restaurado a criação.
            Sendo que a vida estava nEle, sem Ele não pode haver qualquer esperança de vida pós-morte. É por causa do sacrifício de Cristo que os homens ainda desfrutam de sua vida neste mundo.  Porém, se Cristo for rejeitado, não há mais esperança: o salário do pecado será pago integralmente e sem descontos. 

        Cristo morreu pelos ímpios; morreu pelos fracos – isto é, pelos que não podem salvar a si mesmos (Rm 5:6).  Segundo Strongs, ímpio é aquele que é destituído de temor respeitoso para com Deus e que condena a Deus.  Em outras palavras, um inimigo do Altíssimo (Rm 5:10). Pensemos ser admissível que alguém morra por um parente, por pessoas de sua estima, por amigos...  Agora, morrer por inimigos está fora de cogitação. De cogitação humana, mas não nas cogitações de Cristo.
            A despeito de todo o Seu infinito sacrifício, Ele sabia que a maioria dos homens seria tão mal-agradecida que O rejeitaria cruelmente. Até mesmo Seu povo, a quem viera salvar, não O receberia (Jo1:11). Sabia que mesmo muitos membros de Sua igreja nos séculos vindouros  não O aceitariam plenamente. Muitos seriam chamados, mas poucos escolhidos por causa dessa rejeição.  
            Coisa muito estranha para os homens é que Cristo sempre recebeu pecadores (Lc 15:2). Como um Ser de tamanha santidade pode relacionar-Se com pecadores, com inimigos, e amá-los incondicionalmente? Paulo chama essa atitude de Cristo de “mistério da piedade”  (1Tm 3:16). Cristo também é chamado de “o mistério de Deus” (Cl 2:2).
            Ao dar Cristo à humanidade pecadora, Deus provou Seu amor imensurável.  Por que o Criador Se preocupou com um menos que átomo de Seu vastíssimo Universo, a ponto de preservá-Lo com Sua própria vida? Humanamente não dá para entender.  Ele podia simplesmente varrê-lo da existência com o sopro de Sua boca. Não o fez, porém.
            Waggoner pondera que se “Cristo houvesse esperado que adquiríssemos certa fortaleza antes de dar-Se por nós, estaríamos perdidos.”
            A esses fracotes diz o Senhor: “Olhai para Mim e sereis salvos...” (Is 45:22) “Quando virdes vossa pecaminosidade,  não espereis até que vos tenhais melhorado. Quantos há que julgam não ser suficientemente bons para ir a Cristo! Tendes esperança de tornar-vos melhor mediante vossos próprios esforços? ‘Pode o etíope mudar a sua pele ou o leopardo as suas manchas? Nesse caso também vós podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.’ Jr 13:23. Só em Deus é que há socorro para nós. Não devemos esperar persuasões mais fortes, melhores oportunidades ou um temperamento mais santo. De nós mesmos nada podemos fazer. Temos de ir a Cristo exatamente como nos achamos.” CC, 33.  
“O Salvador inclina-Se sobre a aquisição de Seu sangue, dizendo com inexprimível ternura e piedade: ‘Queres ficar são? ’ Jo 5:6. Manda-vos levantar em saúde e paz. Não espereis sentir que estais são. Crede na Palavra do Salvador. Ponde vossa vontade do lado de Cristo. Determinai servi-Lo e agindo em obediência a Sua Palavra  receberei forças. Seja qual for a má pratica, a paixão dominante que, devido a longa condescendência, prende tanto a alma como o corpo, Cristo é capaz de libertar e anseia fazê-lo. Ele comunicará vida aos seres ‘mortos em ofensas’. Ef 2:1. Porá em liberdade o cativo, preso por fraqueza e infortúnio e pelas cadeias do pecado.” CBV,  84 e 85.

QUARTA
O substituto portador de pecados
            Estudando as Escrituras travamos conhecimento com Deus e somos levados a compreender nossa relação com Cristo, o qual é o portador dos pecados, o penhor, o substituto de nossa raça caída. Estas verdades dizem respeito a nossos interesses presentes e eternos.” FEC,  394.
            Imaginemos a Perfeita Santidade, o Inocente ,  sendo incriminado por transgressões que nunca cometeu. E sabem quem incriminou Cristo? Seu próprio Pai. Leia: “O Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos.” (Is 53:6). E sabem por que o Pai fez isso? “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3:16)
         EGW diz que a Lei de Deus é tão sagrada quanto Ele mesmo. Essa Lei foi transgredida no Éden e passou a ser violada por todos os descendentes de Adão e Eva. A Lei do Senhor é o espelho da justiça, mas não tem poderes salvadores. Enquanto a Lei vigesse, estaria o pecador sob sua condenação e teria de pagar com a vida todas as afrontas dirigidas a Deus mediante o quebrantamento de Sua Constituição. Jesus Se fez maldito (Gl 3:13), para retirar a maldição de sobre nós. Não temos senão pálida ideia do que Cristo teve de suportar – “em todas as coisas foi Ele tentado, mas sem pecado” – para expiar nossos pecados. “Cristo somente teve experiência de todas as tristezas e tentações que recaem sobre os seres humanos. Jamais outro nascido de mulher foi tão terrivelmente assediado pela tentação; jamais outro suportou fardo tão pesado dos pecados e das dores do mundo. Nunca houve outro cujas simpatias fossem tão amplas e ternas. Como participante em todas as experiências da humanidade, Ele poderia não somente condoer-Se dos que se acham sobrecarregados, tentados e em lutas, mas partilhar-lhes os sofrimentos.” Ed,  78. 
            Como nossos pecados são hoje lançados sobre Jesus, o Portador? Mediante arrependimento, confissão e abandono das transgressões. “Cristo foi manifestado como Salvador dos homens. As pessoas não deviam confiar de modo algum em suas próprias obras, em sua própria justiça ou em si mesmas, e, sim, no Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. NEle foi revelado o Advogado junto ao Pai. Por Seu intermédio foi feito o convite: ‘Vinde, então, e argui-Me, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.’ Is 1:18. Este convite tem repercutido através dos tempos até os nossos dias. Que o orgulho, a estima ou justiça próprias não impeçam a alguém de confessar seus pecados, para que possa fazer jus à promessa: ‘O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.’ Pv 28:13. Não oculteis nada a Deus e não negligencieis a confissão de vossas faltas aos irmãos quando eles têm alguma ligação com elas. ‘Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis.’ Tg 5:16. Muitos pecados não são confessados, e ter-se-á de enfrentá-los no dia do ajuste final; é muito melhor reconhecer os pecados agora, confessá-los e abandoná-los, enquanto o Sacrifício expiatório intercede em nosso favor. Não tenhais aversão a aprender a vontade de Deus sobre este assunto. O bem-estar de vossa alma, a unidade de vossos irmãos podem depender da atitude que tomais nestas coisas. ‘Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte, lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós.’  1Pe  5:6 e 7.”  FEC, 239.    

Uma nova criação
            Com Seu sacrifício substitutivo Jesus cravou os pecados de todos na cruz do Calvário. “Um morreu por todos [...]”  (2Co 5:14) Isso quer dizer que Ele obteve a vitória sobre o pecado e através dessa conquista, tem o direito e o poder de tornar  cada ser humano um filho de Deus. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no Seu nome.”  (Jo 1:12) O processo de criar um novo ser  é implementado mediante as condições explícitas nesse verso: 1) Receber a Jesus. 2) Crer no Seu nome. Cumpridos esses requisitos, a mulher e o homem recebem o poder da graça transformadora que os torna filhos de Deus.
            A primeira coisa que Deus faz com os que recebem a Jesus e creem no Seu nome, é dar-lhes um novo coração: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.” (Sl 51:10) Óbvio, ninguém pode ser nova criatura com um coração velho e pecador.  E essa sobrenatural operação é ato gracioso de Deus. Ele é também criador de corações retos e espíritos inabaláveis: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.” (Ez 36:26). O Senhor faz isso concedendo livremente Seu Santo Espírito ao pecador submisso. “Porei dentro de vós o Meu Espírito e farei que andeis nos Meus estatutos, guardeis os Meus juízos e os observeis.” (v. 27). A obediência requerida pelos mandamentos só pode ser atendida  através do Espírito atuando no crente.  Quem tenta a obediência formal, como faziam os judeus nos tempos de Jesus, está procurando ganhar o Céu por suas próprias obras.  O que Deus procura é a obediência por fé (Rm 16:26). Fé que aceita a Palavra de Deus e atende, pela graça infinda de Cristo, aos seus reclamos.
            Não basta, ressalve-se, ter passado pelo processo da nova criação. É preciso manter-se em suas operações. O Dr. Morris Venden, em seu livro “Como Tornar Real o Cristianismo”, p. 118, escreveu a respeito: “A fim de termos uma experiência viva com Cristo, precisamos fazer duas coisas. Primeira: devemos ir à cruz diariamente com Jesus a fim de renunciar a nós mesmos e permitir que Ele assuma o controle... Isso envolve uma vida devocional diária, em que tomamos tempo significativo a sós, no início de cada dia, para buscarmos um relacionamento pessoal com Jesus através da Sua Palavra e da oração.  E se buscarmos a Deus de todo o coração, O acharemos (Jr 29:13).
            “A outra coisa de que necessitamos a fim de continuarmos a crescer nesse relacionamento é outra forma de comunhão: envolvimento no evangelho por meio do testemunho e do serviço cristão. E se Filipenses 2:12 for aplicado ao serviço cristão, é fácil ver onde entra o “temor e tremor”! Mas lembre-se de que Deus opera em nós ‘tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade.’”  

Comentários Lição 12 – Criação e Evangelho (Prof. Sikberto Marks)

16 a 23 de Março de 2013

Verso para memorizar:Assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em CRISTO” (I Cor 15:22).

Introdução de sábado à tarde
O que houve de tão drástico naquele dia da queda de Adão e Eva?

O Reino de DEUS é bem delicado. Nele há apenas um único princípio pelo qual a sociedade racional funciona. É o princípio do amor.

Por este princípio as criaturas inteligentes se relacionam tendo um desejo equilibrado de sempre estarem dispostos a se servirem mutuamente, e ninguém sente desejo algum de querer dominar sobre o outro. Isso é uma iniciativa da parte da inteligência de cada um. Em outras palavras, a iniciativa se chama livre arbítrio. Também podemos chamar de obediência livre ao princípio do amor.

O princípio do amor requer intimidade, que é estar unido a quem se ama. Por isso que quem ama serve a pessoa amada, não domina sobre ela. E essa intimidade é que gera a felicidade, primeiramente na pessoa amada, que retribui, ao natural, mais amor, gerando felicidade também a quem tomou a iniciativa de amar. E quem toma a iniciativa de amar, só por essa iniciativa já se sente feliz. Portanto, o amor gera felicidade em quem ama e em quem é amado.

O amor é capaz de gerar outra coisa: vida. DEUS por meio de Seu infinito amor é capaz de criar vida, da forma como Ele deseja. Nós, seres humanos que não somos criadores, somos no entanto capazes de gerar vida, sempre por meio da intimidade, que deve ser com amor.

Sendo assim, há um mecanismo todo especial para o Reino de DEUS funcionar bem, eternamente: todos amarem a DEUS e, então, se amarem mutuamente, em retribuição ao amor que DEUS lhes dedicou primeiro. Isso requer fidelidade ao princípio do amor.

Então, o que houve no Éden, naquele dia terrível?

Por um ato, o santo par deixou de confiar na palavra de DEUS, considerou superior a palavra da serpente (na realidade era Lúcifer caído), e portanto, vinculou-se, nesse ponto, a um novo senhor. Assim eles romperam o vínculo com o Criador, por isso perderam a ligação com a fonte da vida, e a consequência foi o que chamamos de salário do pecado, a morte. O vínculo a DEUS mantém a via, a separação gera a morte. Pelo vínculo estamos conectados com a fonte de vida, mas desconectados, não vivemos por muito tempo.

Entendamos melhor essa consequência. Por um lado, quando uma criatura se desliga de DEUS, a única fonte de vida, é evidente que irá morrer. Por outro lado, nem mesmo alguém que se desliga do amor deveria viver para sempre, pois será uma vida de sofrimento eterno. Além disso, essa criatura torna-se uma ameaça ao restante da criação. Forma-se uma situação que deve ser resolvida pois fez aparecer um lugar no Universo onde se cultua o mal, o ódio, a vingança, e muitas outras coisas ruins. Tal situação não poderia permanecer eternamente, pois jamais o restante do Universo poderia ser plenamente feliz.

  1. 1.      Primeiro dia:  Graça no Jardim
Agora muitos estão à procura dos culpados pelas mortes na Boate Kiss, da cidade de Santa Maris, RS, Brasil. Afinal, até o momento que estou escrevendo, já são 238 vítimas, mais dezenas de pessoas hospitalizadas. A ênfase está em achar os culpados. Acontece que a sociedade pede isso, quer justiça, e por aqui, nesse mundo, quando há o clamor por justiça isto quer dizer: cadeia, punição severa. O governo quer ser ressarcido do que está gastando com tratamentos, e eventuais custos com trabalhadores que ficarão por sua conta, e talvez até aposentadorias por invalidez. Os hospitais querem que alguém pague a conta dos tratamentos. Os próprios vitimados também precisam saber quem são os culpados para cobrar deles suas despesas. Os parentes dos falecidos querem receber de quem causou a tragédia. Aqui neste mundo funciona assim: ai de quem comete erros. E fique claro que não estamos justificando festas em boates ou coisas parecidas, estamos fazendo uma comparação.

Como fez DEUS, no mesmo dia em que Adão e Eva pecaram? Ele não os acusou de pecado. Perguntou onde estavam e o que tinham feito. Logo em seguida, antes mesmo de informar sobre as consequências do que fizeram, providenciou o necessário para que pudessem ser perdoados. Ele expos o plano da salvação.

“Na primeira profecia contida nas Escrituras, é encontrada uma declaração de redenção. Parte da sentença pronunciada sobre a serpente foi ouvida pelos nossos primeiros pais, portanto, deve ser considerada uma promessa. Embora ela anuncie guerra entre satanás e o homem, também declara que o poder do grande adversário será finalmente destruído… DEUS declarou: “Porei inimizade…” Essa inimizade é concedida de maneira sobrenatural, não naturalmente acolhida. Quando o homem pecou, sua natureza se tornou má e ele passou a viver em harmonia com Satanás. (…) Porém quando Satanás ouviu que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente, ele soube que, embora tivesse sido bem-sucedido em corromper a natureza humana e torna-la semelhante à dele mesmo, DEUS, por um misterioso processo, restauraria ao ser humano o poder perdido e o habilitaria a resistir e vencer seu conquistador” (Comentários de Ellen G. White sobre a lição da ES, p. 77 e 78).

Então a morte se fez presente no Jardim. Foi sobre o gramado, daquele lindo tapete verde, que a primeira ou as primeiras vítimas derramaram seu sangue. Adão teve que matar um cordeiro inocente, para que eles mesmos não morressem, e para que todos os seus descendentes tivessem uma oportunidade. “Quando Adão, de acordo com as especiais determinações de Deus, fez uma oferta pelo pecado, isto foi para ele a mais penosa cerimônia. Sua mão devia levantar-se para tirar a vida, que somente Deus podia dar, e fazer uma oferta pelo pecado. Pela primeira vez teria de testemunhar a morte. Ao olhar para a vítima ensangüentada, contorcendo-se nas agonias da morte, ele devia contemplar pela fé o Filho de Deus, a quem a vítima prefigurava, e que devia morrer em sacrifício pelo homem. (…)Este ato de tomar a vida deu a Adão um profundo e mais perfeito senso de sua transgressão, que nada menos que a morte do amado Filho de Deus podia expiar. (…)Ao matar Adão a inocente vítima, pareceu-lhe estar derramando o sangue do Filho de Deus por sua própria mão” (História da redenção, 50).

Adão, por seu pecado e o de sua esposa, participou da morte de JESUS quatro mil anos mais tarde. Assim como nós pelos nossos pecados. E DEUS bondosamente providenciou um poder especial para que nós, se desejarmos, pudéssemos resistir ao nosso novo e cruel senhor. “O poder concedido por CRISTO habilita o homem a resistir o tirano e usurpador. Onde quer que o homem seja visto odiando o pecado em vez de amá-lo, quando ele resiste e vence aquelas paixões que o dominavam, aí está a atuação de um princípio totalmente superior. o ESPÍRITO SANTO deve ser constantemente concedido ao homem, ou ele não terá disposição para lutar contra os poderes das trevas” (Comentários de Ellen G. White sobre a lição da ES, p. 78).

Nossa natureza gosta do pecado. Somos dominados por uma natureza satânica que prefere fazer o que é mau. Mas pelo poder do ESPÍRITO SANTO, somos capazes de realizar o contrário à nossa natureza, para a perplexidade de satanás, inclusive para os santos anjos de DEUS. Ele está operando transformações na natureza humana contrárias ao esperado pelo inimigo, contrárias à natureza e à tendência normal dos seres humanos caídos. “O Senhor Jesus está provando os corações humanos, por meio da concessão de Sua misericórdia e graça abundantes. Está efetuando transformações tão admiráveis que Satanás, com toda a sua vanglória de triunfo, com toda a sua confederação para o mal, reunida contra Deus e contra as leis de Seu governo, fica a olhá-las como a uma fortaleza, inexpugnável aos seus e enganos. São para ele um mistério incompreensível. Os anjos de Deus, serafins e querubins, potestades encarregadas de cooperar com as forças humanas, veem, com admiração e alegria, que homens decaídos, que eram filhos da ira, estejam por meio do ensino de Cristo formando caráter segundo a semelhança divina, para serem filhos e filhas de Deus, e desempenharem um papel importante nas ocupações e prazeres do Céu.” (A Igreja Remanescente, 14; Vida e Ensinos, 208 – 209, grifos acrescentados)

  1. 2.      Segunda: Pecado e morte
Uma pergunta que precisa ser considerada: Porque o pecado é punido com a morte?

Afinal, se DEUS é amor, não seria de existir uma pena mais branda? Ele não poderia, por exemplo, deixar de castigo, separado de tudo o que ama e gosta, por uns tempos, até que a pessoa se arrependa e possa ser restituída ao convívio com os santos?

Temos que diferenciar o funcionamento do Reino de DEUS com os reinos deste mundo. Aqui as coisas vão de mal a pior, exatamente por esse tipo de raciocínio. Se fazem coisas erradas mas a punição é branda ou nem existe, ou muitas vezes há um perdão sem que ninguém pague pela transgressão, então as pessoas não se importam em errar outras vezes. Aqui no Brasil, e também em outros lugares do mundo, algo que torna a sociedade cada vez mais instável e problemática: é a impunidade. Pois quem transgride uma lei mas não lhe acontece nada, ou a pena é branda, sendo ele tendente ao mal, irá transgredir outras vezes, pois conclui que tramsgredir a lei compensa. Por exemplo, aqui no Brasil é possível comandar delitos de dentro dos presídios, e ali ganhar muito dinheiro e exercer poder. Não é tão ruim estar preso, para quem já é mau, e é astuto. 

O Reino de DEUS não funciona assim.

Como, no Reino de DEUS é a questão da transgressão e punição? Transgrediu, tem que ser punido. Não há escapatória. Porque esse reino é perfeito, e a perfeição só pode ser mantida com medidas adequadas. Vamos ao ponto: para que a perfeição se mantenha indefinidamente, quem se rebela contra a lei, tem que ser morto, para não continuar criando problemas. Mas há outra maneira de analisar. Quem transgride separa-se do amor, fonte de vida, por isso, separado, morre, não está mais recebendo a manutenção da vida que só pode vir de DEUS.

Entendamos isso melhor. Não há outra origem de vida no Universo senão de DEUS. “Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São dependentes depositários da vida de Deus. Do mais alto serafim ao mais humilde dos seres vivos, todos são providos da Fonte da vida” (O Desejado de todas as nações, 785). Não é verdade como dizem os evolucionistas, que a vida pode ser gerada espontaneamente, havendo condições adequadas. Só DEUS é capaz de criar seres vivos. Mas há outra coisa. Estes seres vivos que Ele criou, viverão eternamente, porém, enquanto estiverem ligados ao Criador. Ou seja, nenhuma criatura tem vida em si mesma, ela, desligada do Criador, torna-se mortal.

Ou seja, o salário do pecado, visto assim, parece ser algo natural: desligou-se de DEUS, a fonte da vida, por não receber mais a manutenção da vida, vai morrer. Logo, não poderia haver outro tipo de consequência para quem peca senão a morte. É uma punição absolutamente natural e coerente, decidida pelo próprio ser que cometeu o pecado. Podemos dizer que a morte é uma opção consciente do pecador. Logo, não podemos acusar DEUS de ser severo ou muito radical com uma punição tão forte, a mais forte que se possa imaginar.

Mas temos que considerar outra linha de pensamento. É a do perdão. DEUS é amor, isto é fato. Nós nos separando do amor, a fonte de vida, morremos, isto é outro fato. Mas existe o perdão, para que se possa escapar da morte, isto é uma verdade revelada. Contudo, o perdão no reino de DEUS tem preço, não é simplesmente o aceite de uma declaração de arrependimento. Há duas coisas a serem providenciadas quanto ao perdão.

A primeira, alguém tem que ser punido. Se houve pecado, tem que haver punição. Este é um reino justo, honesto, em que não pode jamais haver impunidade. Portanto, lá não há lugar para perdão barato, do tipo: “desta vez passa” ou, “está bom, mas não faça mais isso”. Foi por esta razão que JESUS teve que vir em nosso lugar, sofrer o que todos nós deveríamos ter sofrido, e morrer em nosso lugar. Assim Ele, o autor da lei, pagou pelo que deveríamos ter pago. Aí sim, pode haver perdão, e não é um perdão qualquer, ele teve o requisito da punição da lei cumprido. Por isso que JESUS disse que veio cumprir a lei. Isso quis dizer duas coisas: Ele obedeceu, e Ele sofreu a pena da lei. Ele teve que dar Seu sangue por nós.

Mas ainda cabe um pequeno questionamento: onde, por exemplo, nos Dez Mandamentos está escrito que se pecar tem que morre? Fácil esta questão. Não há necessidade de se escrever. Basta saber que uma transgressão é um ato de rebeldia, que separa da fonte de vida, e separado, ocorre a morre.

Vamos resumir: a vida só pode vir de DEUS. Permaneceremos vivos enquanto estivermos ligados a Ele. Esta ligação ocorre por meio do amor, que é a Sua lei e Seu caráter. Se transgredirmos a lei, praticamos um ato de ódio contra DEUS, não de amor a DEUS, e este ato nos separa de DEUS. Esta separação nos desliga d’Ele, e, portanto, a consequência é a morte. Nem poderia ser diferente. JESUS veio para nos substituir e nos dar outra oportunidade, e se a desejarmos, sermos religados ao amor. Para que isto funcione, temos que aceitar a proposta. Aceitar significa ser transformado para outra vez ser capaz de amar a DEUS, sito é, de permanecer ligado a Ele. Daí sim, será possível outra vez viver para sempre. É o que a Igreja Adventista ensina.

  1. 3.      Terça: Quando éramos pecadores
O que DEUS poderia ter feito com Adão e Eva, que não fez? O santo para estava consciente da situação, foram alertados quanto ao perigo, e sabiam das consequências. Portanto, após o pecado, DEUS bem poderia tê-los deixado à sua sorte, coerente com a escolha que fizeram. Como seria o futuro não sabemos, mas temos certeza de que, se na condição que DEUS ofereceu a eles já é ruim, deixando-os à sua sorte com o demônio, seria algo imaginavelmente pior. Talvez a humanidade hoje nem existisse mais, nem os homens, nem satanás.

Mas porque DEUS agiu assim, buscando Adão e Eva no mesmo dia, para lhes anunciar uma saída? Esta foi uma ação motivada pelo amor. O amor, como sabemos, faz tudo pelos que ama. Uma mãe ou um pai não abandona seu filho para as drogas. Vai atrás, procura, faz o possível e o impossível para salvar o filho ou filha. Deus é muito mais amor que os pais e mães de hoje. Ele foi atrás para salvar a humanidade. “Logo que houve pecado, houve um Salvador. Cristo sabia o que Ele teria que sofrer, entretanto tornou-Se substituto do homem. Logo que Adão pecou, o Filho de Deus apresentou-Se como penhor da humanidade” (Nos lugares celestiais, MM 1968, p. 13).

Foi por causa da queda do ser humano que se revelou algo que ninguém conhecia a respeito de DEUS. Nem satanás conhecia. É a graça, ou seja, a possibilidade do perdão fundamentado na morte do Filho de DEUS. Infelizmente esta grande face do amor de DEUS teve que se revelar dessa maneira. Não era necessário a criação conhecer a graça de DEUS, mas já que houve o pecado, assim aconteceu. “jamais teríamos aprendido o significado desta palavra “graça” se não houvéssemos caído. Deus ama aos anjos santos que executam Sua obra e são obedientes a todos os Seus mandamentos, mas Ele não lhes dá a graça. Estes seres celestes nada conhecem de graça; nunca a necessitaram, pois nunca pecaram. A graça é um atributo de Deus manifestada a seres humanos não merecedores. Não a buscamos, mas foi mandada em busca de nós. Deus regozija-se em dar Sua graça a todos que a desejam, não porque sejamos dignos, mas justamente porque somos totalmente indignos. Nossa necessidade é a qualificação que nos dá a segurança de que receberemos este dom” (Minha consagração hoje, MM 1989 e 1953, p. 100).

Quando é que DEUS desiste? Quando DEUS toma a decisão de eliminar um ser humano? Só quando não há mais outra alternativa, quando ele se tornou tão mau, tão pervertido que pecou contra o ESPÍRITO SANTO, e não quer mais o perdão, em hipótese alguma. No final dos tempos, haverá dois grupos, o daqueles que desejam ser salvos, e o daqueles que preferem a vida miserável mas com competição, lutas e violência, para adquirir mais bens e ter mais fama. E DEUS também para de buscar a pessoa quando ela morre. Aí, mesmo não sendo uma pessoa tão má, mesmo que ainda houvesse esperança para ela, porém, morrendo, terminam todas as possibilidades de conversão da sua tendência de vida.

A rigor, DEUS não desiste nunca, é o ser humano que desliga a chave de sua salvação! O amor não desiste, é o ódio que rompe a vida eterna. Mas que a oportunidade de salvação, que chamamos graça, foi terrível para o Filho de DEUS, isso foi. “Quem pode sondar o sofrimento de Cristo no Jardim do Getsemâni, ao sentir em sua plena extensão o peso do pecado do mundo? Ele sentiu tão profundamente a pecaminosidade do pecado que por um momento a taça tremeu-Lhe nas mãos, e todo o Céu ouviu o agonizante clamor: “Pai, se possível, passe de Mim este cálice!” Mat. 26:39. “Contudo, não se faça a Minha vontade, e sim a Tua.” Luc. 22:42” (Nossa alta vocação, MM 1962, p. 43).

Temos muito a refletir quanto aos seguintes pontos. Estamos recebendo o que não merecemos, e sendo libertos do que merecemos. Cabe a nós a decisão de qual caminho seguir, enquanto estivermos vivos.

  1. 4.      Quarta: Portador de pecados
“CRISTO nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se Ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)” (Gál. 3:13).
Talvez o título de hoje ficasse mais completo se fosse escrito assim: “Portador de pecados, mas não pecador”. Refere-se a JESUS, que nunca cometeu um pecado, mas que assumiu nossos pecados, tornando-se como se tivesse cometido todos os pecados de todas as pessoas do mundo. Ele tornou-se maldito da lei.

O que vem a ser a maldição da lei, que o verso acima trata? É bem fácil entender. Quem transgride a lei, torna-se maldito, isto é, deve ser condenado por esta lei. Ele agora é um infrator, portanto, em vez de protegido pela lei, em vez de ter a garantia da vida eterna, agora foi separado do Criador e não possui mais esta garantia, mas tornou-se mortal. E CRISTO tornou-se maldito justamente no madeiro da cruz, lugar onde devia pagar pelas nossas transgressões. A tal ponto CRISTO sentiu o peso de nossos pecados que Ele exclamou em alto volume, o grito do horror da separação do Pai celeste: “DEUS Meu, DEUS Meu, porque Me desamparaste?” Ali Ele tornou-se nosso substituto, Ele tornou-Se maldito da lei.
A lei de DEUS, e assim também deveriam ser todas as leis dos homens, tem duas funções. A primeira é proteger enquanto houver obediência, a segunda, é condenar assim que houver desobediência. Ou é assim, ou não é lei, apenas recomendação.

A lei de DEUS ainda possui outra característica, e nisso sim, outras leis não a podem alcançar em pé de igualdade. Sabemos que a lei de DEUS é o amor. Por ser esta lei amor, ou seja, o próprio DEUS é amor, Ele mesmo é a lei, é seu caráter, pelo mesmo princípio do amor que teve que nos condenar para fazer justiça por causa do pecado, sem infringir a lei, nos propôs perdão, para isto vindo em nosso lugar a ser morto JESUS CRISTO. O mesmo amor que deve condenar aquele que se rebela contra o amor, não deixando de nos amar, embora estejamos condenados, busca nos perdoar. Para que isto seja possível, quer dizer, para que esse perdão não seja mais uma infração da lei, foi que JESUS teve que morrer por nós. Resumindo, JESUS morreu em nosso lugar, por amor de nós. Isto é algo não tão fácil de compreender sem o poder do ESPÍRITO SANTO.

Ora, sejamos sábios, e não desperdicemos tanto amor, o amor que nos amava antes do pecado é o mesmo que nos ama ainda hoje e nos quer salvar da morte eterna.

  1. 5.      Quinta: Nova criação
O centro do evangelho é a morte de CRISTO na cruz. Por ela JESUS demonstrou, em sofrimento indescritível, a vitória sobre satanás, mantendo-Se obediente, como a ovelha que vai para o matadouro, sabe disso, mas não reage. Porque devia ser assim? Porque a questão ali não era vencer pela força bruta, ou esmagar o oponente por meios físicos, mas sim, manter-Se amando o ser humano, mesmo abandonado por todos, e em meio às piores condições impostas. Pois foi assim, JESUS não expressou nenhuma expressão de ódio ou de contrariedade, pelo contrário, Ele amava aqueles que O abandonaram naquelas condições, e desejava sinceramente salvá-los morrendo por eles. A grande questão era manter-se fiel aos Dez Mandamentos ou falhar como Adão falhou.

Depois de ter vencido dessa maneira, JESUS tornou-Se apto a ser considerado por DEUS Pai o Salvador do mundo. Ele tem o direito interceder a DEUS Pai pelo perdão de pecadores arrependidos, e de autorizar a transformação do ser perdoado, pelo ESPÍRITO SANTO. Dito de outra forma, todo ser humano perdoado pode e deve ser transformado, para que se complete o trabalho de salvação.

A transformação é um processo de mudança da natureza do ser humano. Antes dela, era naturalmente desobediente, depois dela, passa a ser naturalmente capaz de obedecer. Ou então, antes da transformação, era uma pessoa cujos gostos naturais estavam voltados às coisas do mundo. Era isso que atraía, seus desejos eram coerentes com o mal. Depois, passou a detestar cada vez mais essas coisas que conflitam com os princípios do governo divino e suas inclinações naturais passaram a ser as coisas celestiais. Isto é o processo de recriação. “toda inclinação natural da alma se opõe à mudança do convencimento e orgulho pessoal para a mansidão e humildade de Cristo. Se quisermos, porém, trilhar o caminho da vida eterna, não devemos atender às insinuações do próprio eu. Com humildade e contrição, devemos implorar a nosso Pai celestial: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro em mim um espírito inabalável.” Sal. 51:10. Ao recebermos luz divina e cooperarmos com os seres celestiais, “nascemos de novo” e somos libertos da contaminação do pecado pelo poder de Cristo” (E recebereis poder, MM, 1999, p. 24).

Por uma transformação dessas, a pessoa passa a viver numa nova condição. Ela vive em CRISTO. Isso quer dizer, confia e anda com CRISTO, faz Sua vontade, obedece os mandamentos e suas inclinações são para o bem e busca afastar-se do mal. “”Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor. 5:17. Mediante o poder de Cristo homens e mulheres têm quebrado a cadeia do hábito pecaminoso. Têm renunciado ao egoísmo. O profano tem-se tornado reverente; o bêbado, sóbrio; o pervertido, puro. Pessoas que tinham a semelhança de Satanás, transformaram-se na imagem de Deus. Essa transformação é em si o milagre dos milagres. Uma mudança, operada pela Palavra, é um dos mais profundos mistérios da mesma Palavra. Não o podemos compreender; somente podemos crer, conforme declaram as Escrituras, que é “Cristo em vós, esperança da glória”. Col. 1:27” (Atos dos apóstolos, 476).

Então, “renunciando a tudo que poderia impedi-lo de progredir em direção ao alto, ou levar a desviar os pés de alguém do caminho estreito, o crente revelará em sua vida diária misericórdia, bondade, humildade, mansidão, longanimidade e o amor de Cristo” (Atos dos apóstolos, 477, 478).

  1. 6.      Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
CRISTO, na hora de Sua provação foi sozinho. Adão e Eva não estavam separados de DEUS quando foram atacados. Eles tinham o direito de apelar a DEUS naquele momento, e seriam socorridos. A prova deles não era enfrentar a serpente ou satanás, e sim, apenas não comer daquele fruto. Não havia a necessidade de serem enfrentados por satanás para mostrarem fidelidade a DEUS.

Já com CRISTO foi diferente. Ele deveria enfrentar a satanás, e não nas condições dos poderes de DEUS, mas nas condições humanas da humanidade degenerada por quatro mil anos. CRISTO não veio para ser provado como Adão, mas veio para resgatar as consequências da queda de Adão. É diferente, Adão era só para manter-se fiel a DEUS, CRISTO era para perdoar pecados e tornar-Se Salvador. Portanto, devia ir só, sem auxílio de anjo, nem do Pai, nem de algum ser humano. Ele deveria demonstrar que mesmo nestas condições, era possível obedecer a lei de DEUS, ao contrário do que proclamava satanás. Assim foi o teste de CRISTO, para tornar-Se vencedor e Salvador. O teste de CRISTO era manter a fidelidade a Seu Pai sem o auxílio do Pai, obedecendo os Dez Mandamentos, isto é, amando e perdoando os seres humanos, não importa o quão cruéis eles fossem com Ele.

Isso foi sofrido porque deveria assumir todos os pecados de todos os seres humanos de todos os tempos. Certamente a maior parte do senso de culpa que teve que sofrer foi desta última geração, pela sua extrema maldade e pela quantidade de pessoas pecando todos os dias. Assim, JESUS, para salvar a humanidade, enfrentou um teste nem um pouco comparável ao que Adão e sua esposa enfrentaram no jardim, diante da serpente. Para estes era só dizer: meu DEUS, nos ajude. E seriam socorridos. Mas para JESUS restou clamar: “Pai, se possível, passe de Mim este cálice, mas se não, então faça-se a Tua vontade” e na cruz, clamar: “DEUS meu DEUS meu, porque Me abandonaste?

Nós podemos imaginar e até falar sobre a angústia da provação de CRISTO que O levou a suar sangue, mas não nos é possível sentir como Ele sentiu. E foi exatamente para esse fim que Ele sofreu tanto, para que nós nunca passássemos pelo que Ele teve que passar. Isso tudo para que tivéssemos a oportunidade da graça. Será que perderemos tão grande oferta?

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