20 a 27 de Julho de 2013
Verso
para Memorizar
“Recebereis poder ao
descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em
Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.” (At 1:8)
César
L. Pagani
O serviço e o testemunho bem-sucedidos e cheios de frutos de um
crente reavivado e convertido podem ser vistos na experiência do velho
companheiro de Paulo: Barnabé. Dele se diz: “Tendo ele chegado e, vendo a graça
de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração,
permanecessem no Senhor. Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé.
E muita gente se uniu ao Senhor.” (At 11:23-24)
As lições que havemos estudado são oportuníssimas porque estamos
no tempo do reavivamento e precisamos dessa luz para reagirmos à mornidão.
Quem conhece a Jesus e recebe a graça do Espírito, é uma
testemunha full-time, isto é, de
tempo integral. Vale-se de cada oportunidade para cumprir a missão gloriosa
dada por Cristo (At 1:8). A religião de Cristo não faz parte de sua vida,
simplesmente. Ela é sua vida. Literalmente, ele respira Cristo e transpira
Cristo.
Uma coisa é indiscutível. Não pode partilhar a Cristo com sucesso
quem O conhece apenas de vista. É preciso pedir ao Espírito Santo, em base
diária, que “implante” Jesus em nosso coração. Paulo ordena aos crentes:
“Enchei-vos do Espírito.”
DOMINGO
Comissão de despedida e promessa de Cristo
A tarefa: Ir e ensinar. Objetivo da missão:
todas as nações. Cerimônia obrigatória estabelecida: batismo imersional. Os autores da missão: Pai, Filho e Espírito
Santo. Currículo doutrinário: Tudo quanto Cristo ensinou. Promessa maravilhosa:
“Estou convosco todos os dias.” Tempo de companhia de Cristo mediante o
Espírito: “Todos os dias até a consumação dos séculos.”
Jesus supervisiona a missão que deu
à Sua Igreja e reveste-a de poder para o sucesso. Nosso Senhor sabe que a
tarefa é desafiante. A Igreja verdadeira sempre foi pequena em número para a
magnitude da missão. A proporção de habitantes do mundo em relação ao efetivo
da igreja é matematicamente utópica. Porém, com Jesus nada é impossível, e
tanto que a Igreja completará sua missão, de acordo com as profecias, e abrirá
caminho para o retorno glorioso do Senhor.
Mas a Escritura deixa claro que um
só homem, dotado do poder de Cristo, pode dar conta de milhares de pessoas.
Embora este verso se refira em primeira mão ao poder de um combatente israelita
posto nas mãos divinas, também serve para mostrar o efeito poderoso da ação de
um pregador do Evangelho: “Cinco de vós perseguirão a cem, e cem dentre vós perseguirão a dez mil; e os vossos
inimigos cairão à espada diante de vós.” (Lv 26:8).
Se Pedro, cheio do Espírito, levou à conversão 8.000 almas em dois estudos
bíblicos, imaginemos o que pode fazer uma igreja reavivada e reformada!
Jesus, em Seu amoroso desejo pela salvação de todos os
humanos, ordenou que cada criatura pensante seja advertida. Quer que a ninguém
passemos por alto como indigno de ouvir. Percebamos que o poder não estaria só
na pregação, no ensino. Os discípulos seriam dotados de poder celeste para
expulsar demônios, falar línguas estrangeiras, pegar em serpentes (veja o que
ocorreu com Paulo na ilha de Creta [At 28:3]), beber veneno por engano e esse
não lhe causarem nenhum mal e cura de enfermos (Mc 16:17, 18). Não será
diferente no derramamento da chuva serôdia: “Servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para
outro para proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes em toda a
extensão da Terra, será dada a advertência. Operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e
sinais e maravilhas seguirão aos crentes.” E Recebereis Poder, 205.
Outro aspecto vital inerente à comissão de Cristo é que a
compreensão das Escrituras que devem ser pregadas ao mundo precisa ser muito
ampliada. Nosso Senhor quer abrir-nos o entendimento para que as compreendamos
(Lc 24:45). O Espírito Santo, Dono e Autor da Verdade, está à disposição dos
que quiserem entender o Livro Santo. Quando pedimos a sabedoria que Deus
prometeu, ela nos será dada sem qualquer restrição (Tg 1:5).
Estamos envolvidos na missão de
Cristo. Assim como o Pai enviou Cristo para ser a Luz do mundo, Jesus nos
enviou para sermos luz do mundo e sal da Terra. A responsabilidade é tremenda,
a missão hercúlea, mas o poder de Deus é livre para habilitar Sua igreja a
cumprir tudo quanto Ele requer de nós.
SEGUNDA
O autor da
lição abre a seção de hoje com um comentário sobre a “utopia cristã” da missão.
120 pessoas tendo em mãos a missão de levar a mensagem a 180.000.000 do vasto
império romano. A proporção de um crente para os que deveriam ser alcançados
era de 1,5 milhões. Hoje, sem contar os cristãos de outras denominações, porém,
apenas, os ASD, temos a proporção de um cristão para cada 411 habitantes.
Melhorou, não?
Segundo alguns especialistas, no
final do primeiro século da era cristã havia 500.000 cristãos no império
romano. Ao término do segundo século, o efetivo cristão era de 2.000.000. No
terceiro século, 5.000.000 e no quarto, 10.000.000.
Hoje o cristianismo (considerando
todas as ramificações, inclusive a Católico Romana) soma 2.200.000.000. Estamos
incluindo cristãos nominais e cristãos ativos.
No ano 34 a.D teve início o “Ide”.
Aquele punhado inexpressivo de crentes não questionou a racionalidade da ordem
ou a possibilidade da missão dar certo ou errado. O que lhes importava era
receber a promessa de Cristo – O Espírito Santo. Eles deviam entregar seu
caminho ao Senhor, confiar nEle, com a certeza de que os resultados eram de Sua
responsabilidade.
Impelidos pelo Espírito, eles
começaram a espalhar-se de acordo com o roteiro prévio estabelecido por Jesus:
Jerusalém, Judeia, Samaria e confins da Terra. A missão era cumprida com o
poder do Espírito.
A oposição era ferrenha. Não era
fácil testemunhar naqueles tempos. Os judeus temiam grandemente a expansão
daquela “seita” que se originou em seu meio. Os romanos viam com desconfiança a
expansão da “superstição” cristã. Qualquer possível tumulto público decorrente
da pregação do evangelho era investigado e seus “insufladores” punidos no rigor
da lei.
Que dizer da mortandade que o
império infligiu aos missionários? O martirológio cristão é impressionante.
Vejamos alguns testemunhos históricos:
O imperador Maximino Daia impôs aos
cristãos palestinos (307 a.D.) crueldades inomináveis. O que o sádico imperador
mandava fazer? Os carrascos usavam ferro quente para queimar os nervos de uma
das coxas da vítima, deixando-os mancos para o resto da vida. Outras vezes o
olho direito do mártir era arrancado e a ferida local cauterizada com ferro
abrasador. Em Phaenos as autoridades
prenderam idosos cristãos , dois bispos, um sacerdote e um leigo que se haviam
destacado por sua fé e os lançaram vivos no fogo, outros foram enviados para o Chipre
e para o Líbano; assim desapareceu a pequena igreja da mina de Phaenos
(Eusébio, De Martyribus
Palestinae, 11, 20-23; 23, 1-3.4.9.10).
Justino, o mártir, sentenciado em
165, escreveu: “Cortam-nos a cabeça, crucificam-nos, expõem-nos às feras,
atormentam-nos com cadeias, com o fogo, com os suplícios mais terríveis” (Diálogo com Trifão 110). Tertuliano, falecido
em 202, escreve: “Pendemos da cruz, somos devorados pelas chamas, a espada abre
nossas gargantas e as bestas ferozes se lançam contra nós” (Apologeticum 31; cf. 12, 50). Clemente de
Alexandria, falecido em 215, escreveu: “Diariamente vemos com os nossos olhos
correr torrentes de sangue de mártires queimados vivos, crucificados ou
decapitados” (Stromateis II).
Em Roma a morte dos condenados era
para o povo um espetáculo. Dizia o poeta Prudêncio: “A dor de alguns é o prazer
de todos” (Contra
Symmachum II,
11, 26).
Isso só para citar alguns exemplos da
dificuldade de pregar o evangelho. Nem por isso o ímpeto missionário decresceu.
E não podia. Era o Espírito Santo, o poder especial prometido por Cristo e
recebido pelos crentes que movia a Igreja. Nada deterá a igreja de Deus quando
o Espírito Santo for derramado mais uma vez no Segundo Pentecostes, a que
chamamos Chuva Serôdia.
TERÇA
O testemunho pessoal somente se torna poderoso
quando a doutrina se encontra com o Espírito Santo e opera poderosamente no
íntimo das pessoas. Paulo era um piedoso religionista ou religionário, isto é,
adepto de uma religião que era verdadeira em seus fundamentos, mas equivocada
em suas perspectivas tradicionais. Fariseu, cumpridor rigoroso dos preceitos
formais, formado aos pés de um dos maiores mestres do judaísmo – Dr. Gamaliel
-, conhecedor das Escrituras em termos de cultura religiosa, porém vazio do poder
da religião real.
Enquanto não houve um encontro com
Cristo, Paulo estava em trevas. O encontro com o Salvador na estrada de Damasco,
um breve diálogo, uma curta exposição à luz de Cristo foram bastantes para
mudar o rumo do zeloso fariseu. O divino poder fez o resto. Paulo, tocado pelo
poder de Cristo, logo se submeteu e perguntou: “Senhor, que farei?”
Desse dia em diante sua vida foi
cheia de poder. Os frutos de seu ministério e testemunho pessoal renderam
vitórias à “seita” dos nazarenos, confusão aos inimigos, milhares de almas
ganhas e uma influência benéfica que perdura até nossos dias.
João também era um religionista.
Embora de condição mais humilde que Paulo, ele era um judeu dedicado,
consagrado, observador dos ritos e tradições, zeloso, sincero, frequentador
assíduo da sinagoga de Cafarnaum, juntamente com seu irmão Tiago e o pai,
Zebedeu, tinha uma vida tranquila e pacata numa aldeia de pescadores, até que
um Estranho, certo dia, surgiu e lhe fez um convite: “Segue-Me!”. Por três anos
e meio João ouviu ensinamentos preciosíssimos das Escrituras, diretamente dos
lábios de seu Autor. Teve o privilégio de observar-Lhe a vida imaculada, o
exemplo impoluto, o amor, a bondade, a misericórdia, a justiça, o
caráter... A vida de Cristo foi por ele
assimilada e tornou-o o discípulo amado. Ele desfrutou a mesma proximidade de
Jesus que Judas Iscariotes fruiu. Mas, quão diferentes os seus testemunhos. A
vida de um foi mudada totalmente; a do outro não. Por que, se tiveram as mesmas
oportunidades? Porque João se submeteu; Judas não.
Cristo só pode criar vidas poderosas
para testemunho quando Lhe dão oportunidade, liberdade para trabalhar. As
pessoas podem ter todos os privilégios da religião verdadeira, no entanto, ficarem
infrutíferas se não tomarem sua cruz e seguirem o Mestre.
“A verdade tem de ser recebida no
coração. Assim o fermento divino realiza sua obra. Por seu poder transformador
e vitalizante, produz uma mudança no coração. São despertados novos
pensamentos, novos sentimentos, novos propósitos. A mente é transformada, as faculdades são postas em atividade. O homem não é
provido de novas faculdades, mas as faculdades que possui são santificadas. É
despertada a consciência que até então estava morta. Mas o homem não pode fazer
essa mudança por si mesmo. Ela só pode ser efetuada pelo Espírito Santo. Todos
os que querem ser salvos, quer sejam altos ou baixos, ricos ou pobres, precisam
submeter-se à atuação desse poder.” E
Recebereis Poder, 20.
QUARTA
A fé que cresce
A Bíblia é muito explícita ao
dizer que o justo, ou aquele que vive segundo a vontade divina, tem sua vida
marcada pela fé. Um justo, para ser justo, precisa ter fé e fé progressiva. Há
graduações de fé. Jesus censurou Seus discípulos por serem homens de pequena
fé. Já à mulher cananeia que tinha uma filha endemoninhada e depois liberta por
Cristo, o Senhor disse: “Grande é a tua fé.” (Mt 15:28) Elogiando a fé do
centurião romano, nosso Salvador disse que não achou fé daquele tamanho em
Israel (Mt 8:10).
Romanos 12:3 contém uma
expressão interessante: “medida de fé”. Fé é um dom de Deus e, como todos os
dons, precisa ser praticada, exercitada, para crescer.
A fé vê o invisível. Ela
não se detém a considerar as circunstâncias, os obstáculos, as adversidades, as
impossibilidades, a oposição do inimigo e seus asseclas. Simplesmente se apega
às promessas divinas e decansa. No milagre da multiplicação dos pães Jesus nos
ensinou por Seu próprio exemplo que a fé não depende de evidências externas.
“O milagre dos pães ensina confiança em Deus. Quando Cristo alimentou os cinco mil, a comida não estava à mão.
Aparentemente Ele não tinha meios ao Seu dispor. Ali estava, com cinco mil
homens, além de mulheres e crianças, num lugar deserto. Não convidara a
multidão a segui-Lo ali. Ansiosos de estar em Sua presença, tinham ido sem
ordem ou convite; mas Ele sabia que, depois de escutar o dia todo Suas
instruções, estavam com fome e desfalecidos. Achavam-se longe de casa, e a
noite estava prestes a chegar. Muitos deles estavam sem recursos para comprar
comida. Aquele que por amor deles jejuara quarenta dias no deserto não
permitiria que voltassem em jejum para casa.
“A providência de Deus colocara Jesus na situação em que Se encontrava; e
Ele confiou em Seu Pai celeste quanto aos meios para auxiliar os
necessitados. Quando somos levados a situações críticas, devemos confiar em
Deus. Em toda emergência devemos buscar auxílio dAquele que tem à Sua
disposição ilimitados recursos.” CBV, 48, 49.
Mediante processo paulatino Jesus nos dirige a vida para que, com a
convivência que temos com Ele, aprendamos a descansar-Lhe nos braços sob
qualquer circunstância. O grande homem de fé, Abraão, foi convocado a sair de
Ur dos Caldeus aos 75 anos de idade. Ele ainda não era o pai da fé, como se
tornou depois. Foram necessários anos de provação, oração, resistência,
entrega, até que ele se tornou o pai de todos os que creem. Se dermos a Deus oportunidade,
Ele nos guiará pelo mesmo caminho de Abraão e ensinará o que é viver pela fé.
Reavivamento, testemunho e intervenção divina
Em At 1:15 lemos que
número de crentes da igreja iniciante era de 120; At 2:41 e 4:4 mostra um
surpreendente aumento de 8.000 crentes após as pregações pentecostais de Pedro.
O evangelista e historiador Dr. Lucas, a partir das pregações de Pedro e ao
prosseguir em sua narrativa dos atos apostólicos, não mais cita números de
adesões ao povo de Deus, mas fala de multidões se unindo à igreja.
O
reavivamento da igreja primitiva ocorreu no Pentecostes, quando o Espírito
Santo desceu sobre os discípulos. O revestimento do poder do Espírito era
vital, não apenas para insuflar nova vida a homens e mulheres que haviam aceitado
a Jesus, mas também para que os crentes testemunhassem com eficácia do
evangelho de Cristo. O evangelismo da igreja sempre careceu da força do
Espírito. Ao Lhe ser permitido habitar no crente, o Espírito transforma o
coração e investe o cristão do poder de evangelizar. “Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como um
missionário. Assim que vem a conhecer o Salvador, deseja pôr os outros em
contato com Ele. A santificadora verdade não pode ficar encerrada em seu
coração. Aquele que bebe da água viva torna-se uma fonte de vida. O recipiente
vem a ser um doador.” CBV,
102.
A
lição dá relevo ao trabalho evangelístico de um dos sete principais diáconos da
igreja de então: Filipe. Depois de pregar e realizar prodígios com estrondoso
sucesso em Samaria, levando ao batismo muitos homens e mulheres (At 8:12-13),
Filipe recebeu a visita de um anjo que lhe trazia uma comissão especial. O anjo
mandou-o ir de Samaria até o caminho entre Jerusalém e Gaza, cerca de 150
quilômetros ao sul, para levar o evangelho a um homem nobre, mordomo-mor de
Candace, rainha da Etiópia e prosélito judeu. Notemos que Filipe se valeu do
estudo da Bíblia que o eunuco estava fazendo e, com poder, apresentou-lhe Jesus
como o cumprimento da profecia bíblica de Isaias. A força da Palavra de Deus
unida ao trabalho convencedor do Espírito Santo e ao fervor missionário de
Filipe ganharam uma importante alma para Cristo. Ali mesmo naquela região
deserta o eunuco foi batizado e seguiu feliz seu caminho até a Etiópia onde,
sem dúvida, propagou a recém-adquirida fé.
Os
ingredientes do triunfo evangelístico são simples: A Palavra de Deus, a unção
do Espírito, um espírito disposto a ser usado pelo Céu e a busca das almas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário