Comentários Lição 06 - Ansioso para perdoar (Jonas) - Carlos Bitencourt

04 a 11 de Maio de 2013


Até agora estudamos 4 dos 12 profetas chamados “menores”: Oseias, Joel, Amós e Obadias. São menores, repetindo, não em importância, mas por serem livros pequenos. Para se ter uma ideia: os 12 juntos somam apenas 67 capítulos, em 1.050 versículos.
Li certa ocasião que a repetição é um dos melhores métodos de ensino. Então, vamos repetir: com o filho de Salomão, a nação foi dividida (clique e veja) – Reino do Sul (Judá/Jerusalém) e reino do Norte (Israel/Samaria). Sendo assim, cuidado ao se expressar, pois os profetas podem estar num ou no outro território. E, além disso, alguns profetas estão falando para outras nações.
Já de início tiro uma liçãoDeus não desistiu do Seu povo, e Seu povo incluía as outras nações também. A tal exclusividade é uma conclusão errada e infernal que os israelitas e judeus supunham ter (Será que pensamos assim também?).
Outro cuidado que devemos ter também é o seguinte: os livros não estão em ordem cronológica, e isso pode ser que confunda alguma pessoa. Se obedecida a ordem cronológica, o primeiro livro que deveríamos ter estudado é o de Jonas, um nortista que foi ministrar no estrangeiro – em Nínive, na Assíria – por volta do ano 800 a.C. (Curiosamente, essa é a Assíria que aniquilou os israelitas em 722 a.C. – depois de Amós, e no final de Oseias – mas, que também virá a cair, em Naum).
Permitam-me uma metáfora: seguindo a ordem da lição, que é igual a da Bíblia, penso queseguramos o microfone para os profetas. Eles chamaram a atenção das pessoas; deram advertências; mostraram os erros; disseram onde ia parar tudo aquilo; recomendaram arrependimento e reforma; e deram a certeza que Deus os estava esperando para a reconciliação. E nós, segurando o microfone para os profetas, fizemos que os seus discursos chegassem aos ouvidos das pessoas com quem nos relacionamos em nossas classes.
Mas, e agora? Nessa semana, vamos segurar o microfone para quem? Jonas ou Deus?
A lição é sobre “Jonas e Nínive” ou sobre “Deus e Jonas”? O que você acha?
Domingo – O Profeta Desobediente (5 de maio). “Levanta-te (dispõe-te), vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença.Jonas se levantou (se dispôs), mas para fugir da presença do SENHOR”.
Bem, sugiro que o microfone seja colocado próximo ao SENHOR, e ouçamos dEle a respeito de Jonas, o homem que naufragou no medo, no desânimo e no desespero (coisas de Satanás), mas não foi largado nas mãos do inimigo.
Assim como Deus tinha um propósito para Nínive, de igual forma o tinha para Jonas, e, por extensão, devemos enxergar o Seu propósito para conosco também. O SENHOR nos é favorável enquanto ainda a porta da graça permanece aberta.
Podemos transformar a lição em “história” – por sinal, rica em detalhes – ou exaltar a graça maravilhosa de Deus (Prefiro essa última). O Salvador está ansioso para salvar o Seu profeta, e os marinheiros, e os ninivitas, e os atuais leitores de Sua Palavra.
Deus vê. Ele sabe tudo. Bem por isso estendeu Seu braço forte para salvar todas as pessoas envolvidas nessa brilhante história de um fugitivo, que deveria ser um mensageiro. Ele sabia que eles precisavam ser salvos.
Conheço ex-membros de minha igreja que, mesmo “lá fora”, encaminham pessoas aos pés de Cristo. Conheço um não-membro que encaminha pessoas para a nossa igreja. Isso é incrível! Também incrível é a história de Jonas. “As pedras falarão”.
Segunda – Testemunha Relutante (6 de maio). Já que não temos todos os detalhes da pregação de Jonas aos ninivitas, permitam-me lançar uma curiosidade que tenho: será que ele contou para eles sobre as suas travessuras, mas que, mesmo assim, Deus o resgatou, e que isso era sinal de garantia para eles também? Será que ele se tornou mais eloquente justamente por ter passado por essas peripécias? Será que a sua história, assim como as dos israelitas que atravessaram o Mar Vermelho e a do maná no deserto eram do conhecimento dos ninivitas, e isso testemunhou em favor do arrependimento deles?
Por que será que, para a lição de segunda, o autor usa a expressão “testemunha”? Jonas era testemunha do que?
Acabei fazendo muitas indagações. Desculpem-me.
Gostei, e muito, da reação dos marinheiros: o valor da vida era tão grande que, a princípio, não aceitaram a sugestão de Jonas, que pediu para ser lançado ao mar. Diz a Inspiração (1:13) que eles “remavam, esforçando-se por alcançar a terra”, mas não aguentaram, e (v. 14) “então, clamaram ao Senhor e disseram: AhSenhorRogamos-Te que não pereçamos por causa da vida deste homeme não faças cair sobre nós este sangue”.
Irmãos, eles fizeram de tudo para que Jonas não morresse. Remaram até a exaustão.
Quando Jonas foi lançado ao mar, para eles, Jonas morreu. Mas eles fizeram de tudo para que Jonas não morresse. Isso é impressionante.
A história deles termina assim: “Temeram, pois, estes homens ao SENHOR com grande temor; e ofereceram sacrifício ao SENHOR, e fizeram votos”. Se você aceita a máxima de que a última impressão é a que fica, permita Deus que a nossa história termine assim também.
Terça – O Salmo de Jonas (7 de maio). Jonas fica 3 dias e 3 noites dentro de um grande peixe (Para alguém que zomba dessa história, só temos uma resposta: Jesus testemunhou sua veracidade em Mateus 12:40).
Dentro do peixe, nas profundezas do mar, um clamor. No Céu, um compassivo e atento Ouvinte.
Uma poesia. Um salmo.
“Sempre que estiverem em necessidade, os filhos de Deus têm o precioso privilégio de apelar a Ele por ajuda. Não importa quão inadequado possa ser o local, os ouvidos misericordiosos de Deus estão abertos a seu clamor. Lugares desolados e escuros se transformam em verdadeiro templo através da oração de um filho de Deus” (Comentário Bíblico Adventista, Jonas 2:1).
Quando Jonas caiu em si, eu me lembrei do filho pródigo.
O Espírito Santo nos convence do pecado. Se Jonas caiu em si é porque Ele estava trabalhando em seu coração. Ele não desistiu de Jonas, assim como não veio a desistir do pródigo. Essa é a minha garantia. Eu me fio é nessa certeza. Essa é a garantia daqueles que necessitam que todos nós nos dirijamos a eles para transmitir essa preciosa verdade.
Não importa em que suco gástrico estejamos, clamemos, e Deus nos ouvirá.
“Por causa da ênfase do livro de Jonas na graça e no perdão de Deus, o povo judeu o lia todos os anos, no ponto culminante do Dia da Expiação, que celebrava o perdão de Deus para seus pecados” (extraído da Lição).
Quarta – Missão Vitoriosa (8 de maio). Voltando à questão “cronológica”. Interessante. Uns anos mais a frente, Deus enviará Elias, Eliseu, Amós e Oseias, mas os israelitas não lhes darão ouvidos. Paralelo a isso, os judeus também serão alertados, por outros profetas, e, embora se prolongue o tempo de graça, e tenham a triste experiência dos israelitas, também serão levados cativos. Interessante.
“E veio a palavra do SENHOR segunda vez a Jonas, dizendo: Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a mensagem que Eu te digo. E levantou-se Jonas, e foi a Nínive”.
Pela segunda vez Deus falou com Jonas. Será que tem alguém necessitando de umasegunda vez? Está você disposto a ser instrumento de Deus para as segundas vezes que alguns estão urgentemente necessitando?
Outra coisa que me impressiona é o fato de Nínive ser chamada para juízo.
Ora, se Deus não leva em conta o tempo de ignorância, eles não eram ignorantes. Sabiam de Deus. Sabiam de Seus reclamos. E lá estava o servo do Senhor para cobrar os direitos divinos. “Se não houver arrependimento, em 40 dias haverá destruição” (mesma palavra usada para a destruição de Sodoma).
Propositadamente levei você a pensar na ameaça de destruição. Irmãos, exercitemos o lado redentivo das coisas! Lá estava o mensageiro e a mensagem do Senhor! Lá estava o convite para arrependimento! Lá estava o Espírito Santo, porque é Ele quem convence as pessoas a respeito do pecado!
Nínive caiu em si. “Ganhaste teu irmão”. “Há alegria no Céu quando um pecador se arrepende”. Missão vitoriosa.
Quinta – Perdoado, mas Incapaz de Perdoar (9 de maio). Seu eu pudesse trocar, eu trocaria o título de hoje para “recaída”.
Irmãos, enquanto Jesus Cristo não retornar, ainda possuiremos a natureza pecaminosa.
Antes desse tão aguardado Dia, lamentavelmente teremos nossas recaídas. Bem por isso, dentro da igreja, ouvindo um belo dum sermão, daqueles bem redentivos mesmo, ainda seremos capazes de olhar para alguém e pensar: “Senhor, ainda bem que não sou igual a esse aí!”.
Irmãos, se o Novo Testamento nos repreende através da história contada por Jesus sobre o fariseu e o publicano, o Velho Testamento já nos repreendia através da história de Jonas! Perdoado, mas incapaz de perdoar!
Queridos leitores, creio que não fomos autorizados a meter a lenha em Jonas. Tantas coisas poderiam ser extraídas desse texto. Mas, em relação a Jonas, não pratiquemos as obras danatureza pecaminosa. Ela nos é um fardo pesado. Deixemos ela quietinha.
Para sua classe, em sua igreja, termine a lição ainda dentro da história de Jonas – mas, para seu conhecimento particular, leia a história de Davi e Mefibosete, em 2Samuel 9:1-13, e deixe um comentário no quadro mais abaixo da página de hoje.
Magnífica semana a todos

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