Comentários Lição 02 - Amor e Julgamento: o Dilema de Deus (Carlos Bitencourt)

06 a 13 de Abril de 2013

Relembrando: entre Davi e Jesus há uma diferença aproximada de mil anos. Com o neto de Davi, houve a divisão do Reino: sul/Judá – Jerusalém, e norte/Israel – Samaria.

Se olhado cronologicamente, veremos Elias falando aos israelitas; depois, Eliseu; e Obadias; em seguida, Amós; e, então, Oseias. Os dois primeiros não escreveram livros; os três últimos, sim. Também, entre eles, ocorreu a história de Jonas, que ministrou fora de Israel – em Nínive.
 
Bem, especificamente em relação ao ministério de Oseias [Lições 1 e 2 - os últimos 40 anos de existência do reino do norte], devemos realçar a disposição divina em “continuar” a Se comunicar com o povo de Israel – fato que acontece não porque eles desejassem e pedissem, mas porque a Sua Palavra não muda. Jamais alguém foi digno de merecer a atenção de Deus. Portanto, a comunicação ocorre porque Ele assim quer, e o faz com um redentivo propósito: que o povo O escute, se arrependa, desfrute do perdão, aproveite a misericórdia, e retorne para Ele.
 
O que acontecerá com Israel (ano 722/721 a.C.), com absoluta certeza, é fruto da obstinada infidelidade do povo, que escolheu o caminho do homem, e não o de Deus (“Semearam ventos e segarão tormentas” – Oseias 8:7).
 
Interessante foi a maneira escolhida por Deus para Se comunicar com Israel: levantou um profeta e o instruiu a falar por metáforas (linguagem simbólica). Através de alguma coisa do cotidiano, foi dada uma instrução espiritual. Através do terreno, seriam levados ao celestial; do visível para o invisível. Como exemplo – vimos na semana passada – o casamento do profeta com uma mulher de péssima reputação. Disso concluímos que o amor de Deus é incondicional – Ele nos ama independentemente de nossa resposta a tal amor [Mas isso não significa que todos serão salvos, ok?!!!]. E que o perdão é apresentado de forma real, clara e completamente disponível (Jamais tenha dúvida disso, ok?!!!).
 
Ainda na semana passada, extraordinária a lição de terça – Promessa de Restauração, e de quinta – Chamado ao Arrependimento. (Fantásticas!). E, na sexta, essa conclusão: “Ele ansiava mostrar misericórdia”. Que Deus maravilhoso! Maravilhoso! Profeticamente, foi dada a certeza de reconciliação futura. Seremos novamente a esposa do Senhor!

Nesta Lição 2, ainda usando metáforas, Deus continua a Se comunicar com o povo de Israel. Ele havia prometido a Abraão a terra de Canaã. Uns 500 anos depois, com Josué, isso se torna realidade. Mais 700 anos, vemos Deus desejando que eles “continuassem” na terra que manava leite e mel. A prosperidade, no entanto, cegava-lhes os olhos. Estavam sendo ingratos e infiéis. E Deus os alerta a respeito dos povos inimigos. 

DomingoEnganado e Insensato (7 de abril). “Efraim é como uma pomba enganada, sem entendimento; invocam o Egito, vão para a Assíria. Quando forem, sobre eles estenderei a Minha rede e, como aves do céu, os farei descer…” (Oseias 7:11 e 12). Lá no caso de Gômer, ela disse que iria atrás de seus namorados, porque eles lhe dariam pão, água, lã e óleo. Ora, isso era o não reconhecimento de que Deus era quem a alimentava. Não reconhecia que Deus – este sim – era a sua Fonte. Então, as bênçãos desprezadas seriam, por fim, retiradas.
 
Por que o final seria esse? Porque fazer aliança com os ímpios povos vizinhos significaria reconhecer a supremacia militar deles, e também a monetária, e também a religiosa – ou seja, os seus deuses. Essa associação seria para a idolatria, a traição espiritual.
 
Por isso o Reino de Israel estava sendo comparado a uma pomba sem entendimento, atordoada, que sai ao vento. 

SegundaBezerra Domada (8 de abril). No capítulo 10, Israel é chamada de “vide frondosa, que dá fruto para si mesma”; e “espuma sobre a face da água, que será desfeita”; e “bezerra domada, que gosta de trilhar” o grão, porque ela poderia comer enquanto trilha – e essa é uma atitude anti produtiva, egocêntrica. Israel não surgiu para esse propósito. 
Lamentavelmente, de luz para o mundo, seriam trevas – e nelas tropeçariam. Que semeassem justiça, bondade, obediência.

Ah! Como Deus desejava que dessem ouvidos à Sua Palavra através da pregação de Oseias! Ele os queria de volta.

O animal carregava um jugo. Isso nos transporta para o Novo Testamento. Um dia Cristo nos convidou a carregar o Seu jugo, que é suave e leve, e assim encontraremos descanso para a nossa vida. 

TerçaUm Filho Aprendendo a Andar (9 de abril). “Quando Israel era menino, Eu o amei; e do Egito chamei o Meu filho… Todavia, Eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos Meus braços, mas não atinaram que Eu os curava” (Oseias 11: 1 e 3). Lembram da história de Moisés e faraó? Através de Seu servo, Êxodo 4:22 revela o pensamento de Deus – “Assim diz o SENHOR: Israel é Meu filho, Meu primogênito”.

Ora, no caso de Oseias, está sendo repetido que Deus é Pai – e é usada a metáfora como de alguém que acabara de ser pai pela primeira vez, babando sobre a criança. “Assim como um pai, com carinho e paciência, ensina o filho a andar, tomando-o pela mão para evitar uma queda, também o Senhor havia cuidado de Israel desde o começo. O Deus amoroso e perdoador é o centro da mensagem de Oseias. Mesmo quando aplica disciplina, Ele é profundamente compassivo”. [...]

Embora todas as nações da Terra, incluindo o Egito, fossem filhos e filhas de Deus, a nação hebraica foi escolhida para ser o filho primogênito de Deus com privilégios especiais. Mas com esses privilégios vieram responsabilidades”. (Extraído da Lição).

Logicamente que somos levados a olhar o filho rebelde, até porque sabemos o final dele. Porém, não é essa a lição para hoje. O ensinamento é esse: Deus é o nosso Pai, disposto a disciplinar-nos como todo pai disciplina um filho – desde que você entenda como é a disciplina de Deus. Ela é restauradora, redentiva. Não abandona o filho na queda. O coloca em pé, e o segura para que caminhe corretamente. Suas mãos sempre estão unidas as do filho. “Filho, confie em Mim”. 

QuartaCompaixão Mais Forte do que a Ira (10 de abril). Primeira coisa: você sabe o que é “a ira de Deus”? É o seguinte: nós, criaturas pecadoras, temos que ensinar a respeito de um sentimento do Santo Criador. Que palavras usaremos? Lógico! As nossas! E daí a confusão. Irmãos, a ira de Deus não é igual a ira dos homens. A nossa ira é raivosa, vingativa, punitiva. “Fiquei tão irado contigo que, mais cedo ou mais tarde, eu vou dar o troco”. Acontece que com Deus não é assim. A ira de Deus é a forma de explicar que Ele tem nojo e repúdio pelo Pecado. O Pecado é uma ofensa ao Seu santo caráter. Então, Sua manifestação de ira equivale a Sua separação de tudo o que contém Pecado. Lá na cruz, Jesus sentiu a ira do Pai – ou seja, sentiu estar separado do Pai. Ora, nem Israel e nem eu precisaríamos sentir a ira de Deus! Bastava aceitar o Substituto – Cristo sentiu por nós!

Bem, a Lição, no entanto, além de colocar antes, exalta a palavra “compaixão”. A compaixão é mais forte. Mais. Muito mais. Ela é capaz de apagar a ira. Ela oferece reconciliação. Graças a Sua compaixão, poderemos ser aceitos no Amado, e seremos tratados como se nunca tivéssemos pecado. 

QuintaCurado, Amado e Sustentado (11 de abril). Em Seu primeiro sermão registrado no Novo Testamento, Cristo chama as pessoas ao arrependimento. Ora, aquilo seria um eco do que Ele já falava agora para os israelitas, através de Oseias. (Na verdade um eco do Éden). Esse é o Seu caráter; essa é a Sua natureza; esse é o Seu modo de agir, de fazer, de pensar.

Irmãos, a confissão e arrependimento é a entrada para a cura. Entregando-nos aos reclamos divinos, experimentamos paz, sossego, segurança. Isso é fruto do novo relacionamento com Deus, cujo amor provoca uma série de inúmeras bênçãos em favor daquele que foi encontrado caído, mas que aceitou agarrar-se nas mãos dAquele que deseja salvar.

Com essas duas primeiras lições, terminamos o Livro de Oseias. Mas será que terminamos mesmo?!!! Eu, se fosse você, não me contentaria. Pegaria o próprio Livro e o leria verso por verso, do início ao fim, e pintaria os versos bonitos – um deles: “Atraí-os com cordas humanas, cordas de amor” (11:4). 

SextaConclusão (12 de abril). “O Senhor, porém, não abandonou a Israel sem antes fazer tudo que poderia ser feito para levá-lo de volta à submissão a Si. Através dos longos, escuros anos quando rei após rei se puseram em ousado desafio ao Céu e levaram Israel a idolatria cada vez mais profunda, Deus enviou mensagem após mensagem a Seu transviado povo. Por intermédio de Seus profetas deu-lhes toda oportunidade de deter a maré da apostasia e retornar a Ele. Durante os anos que sucederiam à cisão do reino, Elias e Eliseu viveriam e trabalhariam, e os ternos apelos de Oséias, Amós e Obadias deviam ser ouvidos na terra. Jamais deveria o reino de Israel ser deixado sem nobres testemunhas do suficiente poder de Deus para salvar do pecado. Mesmo nas horas mais escuras, alguns permaneceriam leais ao seu divino Rei, e em meio da idolatria viveriam inculpáveis à vista de um Deus santo. Esses fiéis foram contados entre o piedoso remanescente por cujo intermédio o eterno propósito de Jeová devia ser finalmente cumprido” (Profetas e Reis, final do capítulo 7 – Jeroboão). 

Senhor nosso Deus, tenha ainda, pelo amor de Jesus, um pouquinho mais de misericórdia por todos nós. Permita que os meus queridos retornem, e que eu me afirme. 

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails