Comentários Lição 12 – Criação e Evangelho (Carlos Bitencourt)

16 a 23 de Março de 2013

Deus nos trouxe, através desta Lição, mais uma vez, diante do tema central da Bíblia: o Plano da Redenção – o fio de ouro; o motivo que liga um versículo no outro, um capítulo com outro, do primeiro até o último livro das Sagradas Escrituras. É a história de Deus atrelada a nossa história.
 
O Deus que criou não abandonou a criação.

É verdade que o Pecado nos separou dEle e nos desfigurou de Sua imagem e semelhança – mas é verdade também que Ele, dia a dia, tem reconstruído e recriado corações – convertido pessoas para que voltem ao convívio com Ele, em obediência e louvor. O Deus Criador é Deus Redentor. E assim, todo o Céu está envolvido na redenção da humanidade.

Começamos o trimestre com Ele – terminaremos o trimestre com Ele. NEle temos origem pela Criação e, também, pela Redenção.

* A lição desta semana precisa ser estudada com os seguintes fundamentos: o Criador é perfeito, e tudo o que fez era perfeito; o livre-arbítrio era perfeito. Não fale de livre-arbítrio deixando margem a se supor que aí está a razão ou motivação para pecar; a origem do Pecado é inexplicável – é estranha ao governo de Deus; Deus concedeu livre-arbítrio a humanidade, mas não independência (como viver independente/separado dAquele que é a Fonte de Vida?); o homem não foi feito para pecar. O homem não tinha que pecar; não temos palavras completamente adequadas para falar sobre esse tema; e, Cristo é o Cordeiro morto antes da fundação do Mundo.

DomingoGraça no Jardim (17 de março de 2013). Não há revelação sobre quanto tempo Adão e Eva viveram dentro do Jardim do Éden. Não sabemos que dia eles pecaram, porém, é sabido que naquele mesmo dia o Criador foi ao encontro deles. (Essa iniciativa Divina deveria aguçar nosso desejo por estudo!). Esse foi um momento crítico para todo Universo. Somente Deus sabia sobre esse momento, e, mesmo para Ele, o desenrolar não seria sem lutas. Pela primeira vez na eternidade iria acontecer uma morte. (Quando tivermos pecando, lembremos desse precioso momento da história!). Deus foi ao encontro do agora pecador Adão, perdido Adão. Deus poderia lhe ter dito: “Agora você e Satanás são amigos, e vão morrer juntos e abraçados” – porém, pela graça, disse: “Porei inimizade entre vocês”.

“Adão e Eva permaneciam como réus diante do justo Juiz, esperando a sentença da transgressão na qual haviam incorrido; mas antes que ouvissem sobre a vida de lutas e sofrimento que devia ser sua porção, ou sobre o decreto de que eles tornariam ao pó, ouviram palavras de esperança”. (- Satanás, Eu Me tornarei Homem. Você Me ferirá no calcanhar, mas Eu lhe ferirei a cabeça -). “Essa sentença, ouvida pelos nossos primeiros pais foi para eles uma promessa… Embora devessem sofrer sob seu poderoso inimigo, deviam olhar para a frente, para a vitória final” (Signs of the Times, 04-11-1908). Aqui estava a declaração de redenção. O mistério do Evangelho foi revelado naquele momento.

Mas, antes de avançar, um recadinho: “Essa inimizade é concedida de maneira sobrenatural, não naturalmente acolhida. Quando o homem pecou, sua natureza se tornou má e ele passou a viver em harmonia com Satanás… É a graça implantada por Cristo no ser que cria inimizade contra Satanás. Sem essa graça, o homem continuaria cativo do inimigo, um servo pronto a obedecer ao comando dele” (Review and Herald, 18-07-1882).

Pois bem – Adão escolheu pecar; e o Pecado entrou no planeta; e o Criador, de imediato, fez juízo. Isso mesmo! O Criador fez juízo. E é por falta de aprofundamento nessa questão que alguns compreendem erradamente o caráter, a natureza e as ações de Deus, principalmente quando diante das histórias de mortes e matanças no Velho Testamento.

O Redentor disse: “Satanás, você será eliminado, mas, quanto ao homem, Eu morrerei no lugar dele”. Ora, é disso que se conclui que, se fosse para matar alguém, Deus teria matado Adão, pois foi ele quem abriu a porteira para o Pecado e suas consequências. Adão! Não eu e nem você. Adão!

Tenho que tomar cuidado para não dar motivo de compreensão errada, ou induzir alguém ao erro, mas, de certa forma, o que eu quero dizer é isso: Adão tinha todas as condições para obedecer; seus filhos (coitados), todas as condições para desobedecer. Por que matar esses, tendo poupado aquele?

Ocorreram sim calamidades e tragédias no Velho Testamento, mas, por favor, não faça de Deus o autor delas, e nem o seu executor. Busque Cristo lá dentro do Éden, concedendo graça. Traga Ele, juntamente com a graça, e atravesse todo o Velho Testamento com Ele. Não há diferença entre o Éden e o Getsêmani – sempre foi graça, amor, misericórdia.

Fixe seus olhos na arca do dilúvio, não nas águas do dilúvio; no sangue passado acima das portas dos hebreus, não na morte dos primogênitos egípcios; no chamado de Acã para confissão e arrependimento, não nele sendo engolido pela terra; na arca sete vezes em torno dos muros de Jericó, não na queda dos muros de Jericó.

Mais tarde, no Novo Testamento, Jesus explicou melhor: Satanás é o pai da mentira a respeito de Deus e Seu governo, e é homicida, assassino, autor da morte. “Doença, sofrimento e morte são obra de um poder antagônico. Satanás é o destruidor; Deus, o restaurador” (A Ciência do Bom Viver – 10ª edição. Pág. 113 / 7 – A Cooperação do Divino com o Humano)..

Busque Jesus no Getsêmani, e vá com Ele até o calvário – veja o que o Pecado fez.
Bem, o homem saiu do Éden, mas não nu, e nem com vestes de folhas de árvore, mas sim com a pele do cordeiro, representando a salvadora justiça de Cristo. A partir de então, era dessa forma que o Pai olharia para o homem.

SegundaPecado e Morte (18 de março de 2013). “Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São dependentes depositários da vida de Deus. Do mais alto serafim ao mais humilde dos seres viventes, todos são providos da Fonte de Vida” (O Desejado de Todas as Nações, 785).

Depois de revelar a sentença contra o inimigo e relatar as consequências do pecado que a humanidade suportaria, o Redentor explicou, tim-tim por tim-tim, o Plano da Redenção. Sim, seria concedida Vida, mas não sem a experiência da Morte. E Adão, para compreender a gravidade dessa nova e terrível situação, teve que matar um cordeirinho. Terrível! Terrível! E o Criador presenciou aquilo.

Aprendemos, pela Bíblia, que a morte de alguém que aceita o sacrifício de Cristo é apenas um sono. Para ele a morte não é eterna. Ele vai ressuscitar para a vida. Mas, de qualquer forma, irmãos, mesmo que temporário, esse sono é a cessação da vida, é morte, e é triste demais. Isso só acontece porque existe o Pecado. O Pecado é terrível. Deus não gosta dele. Pecado é morte.

TerçaQuando Éramos Pecadores (19 de março de 2013). Deus “teria sido plenamente justificado se tivesse entregado Adão e Eva ao poder destrutivo de Satanás. Afinal, eles tinham feito sua escolha” (tirado da própria Lição).

“Pela rebelião e apostasia o homem perdeu o favor de Deus… No momento em que a obra das mãos de Deus recusou obedecer às leis do reino de Deus, nesse próprio instante ele se tornou desleal ao governo de Deus e se fez inteiramente indigno de todas as bênçãos com as quais Deus o havia favorecido… Esta foi a posição da raça humana depois que o homem se divorciou de Deus pela transgressão. Então ele não tinha mais direito a uma inspiração de ar, a um raio da luz do Sol ou a uma partícula de alimento. E a razão de o homem não ter sido destruído era que Deus o amou de tal maneira que deu o Seu Filho amado para que sofresse a penalidade da transgressão dele” (Fé e Obras, 4ª edição. Pág. 21 / 1 – Ellen G. White Esclarece as Questões).

“Deus não esperou que pedíssemos perdão. Ele tomou a iniciativa. Quando éramos pecadores, Ele Se entregou para morrer em nosso favor” (tirado da própria Lição).

QuartaPortador de Pecados (20 de março de 2013). Não fiquemos na superfície. Olhemos para mais adiante. Mais, mas muito do que sentir o peso de todos os nossos pecados, Cristo sentiu o senso da ira de Deus – o Seu desprazer, o Seu desgosto, a Sua rejeição, o Seu nojo pelo Pecado.

Talvez você já tenha sentido nojo de si mesmo, e achou que Deus o abandonou. Esse sentimento, por pior que seja, deve ser considerado como normal e próprio para o pecador. Mas Cristo, que nunca aceitou desobedecer a Lei de Deus, teve, por ser inocente, o coração esmagado ao passar por tão terrível sentimento.

Irmãos, Jesus não merecia, mas, por Seu amor eterno, sujeitou-Se a pisar o lagar sozinho – em meu lugar. O que eu deveria sentir do justo Juiz, Ele sentiu por mim.

Fale desse assunto com outras pessoas, e o faça sentado ao pé da cruz, olhando para cima, vendo o sacrifício de Jesus, o Cordeiro que tira o Pecado do Mundo.

QuintaNova Criação (21 de março de 2013). Logo que houve pecado, houve um Salvador. Logo que Cristo disse “está consumado”, o Pai Se levantou e disse: “Agora Eu posso salvar. Está pago. O homem é meu. Não há mais barreira entre nós”.

Que benção, irmãos! Que alegria! O Mundo perfeito, mas perdido, poderia agora ser refeito, restaurado. Cristo garantiu a vitória. O reino de Adão, perdido para o inimigo, agora era recuperado pelo Criador.

E o tema da nova criação não é assunto somente para o futuro distante. Não! A nova criação começa agora, quando alguém passa a saber sobre o Evangelho, e aceita.

O Espírito Santo entra, e assume o controle.

O que foi prometido a Adão tournou-se realidade para o filho de Adão.
Se alguém está em Cristo, nova criatura é”.

Sexta Conclusão (22 de março de 2013).
“As cenas do Calvário despertam a mais profunda emoção. A esse respeito vocês estarão desculpados se manifestarem entusiasmo. Que Cristo, tão excelente, tão inocente, devesse sofrer  tão dolorosa morte, suportando o peso dos pecados do mundo jamais nossos pensamentos e imaginação poderão compreender plenamente. O comprimento, a largura, a altura e a profundidade de tão assombroso amor, não podemos sondar” (Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 213).

Louvado seja Deus!

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