Comentários Lição 03 - Criação Completa (Prof. César Pagani)

12 a 18 de janeiro de 2013

Verso para Memorizar:
Verso em Destaque: “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera: descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito.” Gn 2:2.

Nota do comentarista: Os irmãos poderão achar alguma diferença nos títulos principal e diários da lição. É que os traduzimos diretamente do original e esses podem não ser iguais aos dos impressos na lição em português.

            A A Terra foi feita para a habitação de seres vivos, tendo o homem como obra-prima coroadora.  “Mas a terra, deu-a Ele aos filhos dos homens.” (Sl 115:16). Como o desígnio do Criador focava o bem-estar e a felicidade perene do gênero humano, em Sua sabedoria planejou Ele criar um tempo de 24 horas, sacralizá-lo por Sua bênção e separá-lo para uso santo. Deus nunca se cansa (Is 40:28) e fez o homem para nunca se cansar também. Adão, em seu estado de santidade, não sentiria fadiga física, nem mental e nem espiritual. O interessante é que Deus fez o sétimo dia para descanso e Se incluiu nele porque deu o exemplo de encerrar Suas atividades no dia que o antecede. 
            Deus é intemporal. Para Ele o tempo não serve de parâmetro. Porém, Ele criou o homem para viver dentro do temp0, embora contemplado com a eternidade, onde não se conta tempo. O tempo do homem era parametral, isto é, serviria de regra para marcar as atividades humanas. A cada seis dias haveria um especial onde o Criador dispensaria 24 horas de Seu tempo a estar com a obra prima de sua Criação.
A Bíblia não nos dá qualquer detalhe do programa sabático que Deus planejara para o homem. Não sabemos se haveria um tipo de Escola Sabatina com lições sobre o caráter do magnífico Imortal, cânticos, sermões divinos versando sobre o conhecimento dAquele que detém todas as virtudes e atributos infinitos. A verdade é que o dia de repouso traria grandes benefícios à humanidade. Adão encerraria o sábado com muito mais prazer, alegria e felicidade do que quando o recebera no pôr do sol. A presença mais demorada do Pai trar-lhe-ia lotes dimensionados de bem- estar.
            A partir daquele sétimo dia, o sábado tornou-se mandamento eterno da Santa Lei. 
DOMINGO

SOL, LUA E ESTRELAS
 Robert Jastrow concluiu em seu livro, God and the Astronomers: "Neste momento parece que a ciência nunca poderá levantar a cortina que cobre o mistério da criação. Para o cientista que teria vivido por sua fé no poder da razão, a história termina como um pesadelo. Ele escalou as montanhas da ignorância; está a ponto de conquistar o pico mais alto; ao alcançar finalmente a última rocha, é saudado por um grupo de teólogos que aí se assentavam havia séculos."
            Já que pertencemos ao time dos teólogos, vamos considerar o que se sabe ter existido muitos milênios antes da teoria do Big Bang, das ideias evolucionistas dos pré-darwinistas, de Darwin e dos seus sucessores.
A exegese do texto de hoje requer que se levante a questão sobre o ângulo de vista do escritor bíblico ao ter ele a visão da criação. Onde Moisés foi colocado para contemplar as obras de Deus? No espaço, olhando para baixo ou na Terra, olhando para cima? Parece uma pergunta pueril, mas ela é importante. Pelas pistas que temos no contexto precedente, podemos deduzir que Moisés vira tudo “de baixo para cima”, isto é, no plano terrestre e voltado para os planos superiores. Com esse posicionamento concorda o Dr. Marsh: “É razoável que o ponto de vista do narrador seja do lar do homem, a superfície da Terra.” O Dr. Harold Coffin, também cientista ASD, aquiesce ao posicionamento de Marsh.
            Isto posto, deduz-se que Moisés contemplou as obras de Deus dos três primeiros dias durante o período  luminoso de 12 horas.  Ao começar o quarto dia, a primeira providência criadora de Deus foi ordenar que “houvesse” luminares no firmamento do céu, isto é, além do céu troposférico ou atmosférico. “A leitura de Gênesis 1:14-19 transmite a clara impressão de que Deus criou o Sol, a Lua e as estrelas no quarto dia. No entanto, dificilmente podemos incluir as estrelas, porque isso implicaria na formação, naquele tempo, do Universo visível, pelo menos [...] os raios de estrelas distantes ainda não teriam chegado a nós (na atual velocidade da luz) a menos que Deus os tivesse formado muito antes da  semana da Criação.” Adventures in Creation Seminars, Coffin, p. 81.
Outro aspecto a considerar é o uso verbal no verso 16 ao referir a ação de Deus nesse dia. Ali diz que Deus fez (hb. asah), ou seja, ordenou que surgisse algo daquilo que já existia, em flagrante contraste com o verbo bara (ver o verso um de Gn 1:1, que se refere à criação a partir do nada, ex nihilo). Marsh alude ao consenso existente com relação à interpretação de asah, dizendo que esse verbo só se refere ao emprego “de materiais já existentes”, de libertá-los de restrição.
Assim podemos entender, como argumenta Marsh: “Estes corpos já existiam, mas desde o momento da dissolução do nevoeiro em nuvens descontínuas, eles começaram a servir a um propósito definido com referência à Terra.” A propósito, alguns pensam que as nuvens só vieram a existir nas proximidades do Dilúvio. Porém, observemos esta declaração de EGW: “A glória de Deus nos céus, os mundos inumeráveis em suas ordenadas revoluções ‘o equilíbrio das grossas nuvens’, os mistérios da luz e do som, do dia e da noite, tudo estava patente ao estudo dos nossos primeiros pais.” PP, 44. 

SEGUNDA
            À luz da Revelação vemos que o evolucionismo não passa de uma intricada coleção de falsidades com máscara de ciência, ou melhor, com palavreado de ciência. Diz ele que houve e tem havido desenvolvimento da vida a partir das formas mais simples até as mais complexas. A única necessidade para a evolução é o aeon ou longos períodos de tempo. Como bem argumentou o douto Leon Morris: “Rejeitar a dificuldade com a afirmação simplista de que a vida simplesmente ‘apareceu’ em algum tempo no passado, quando as ‘condições’ eram exatas, é pouco melhor do que desonestidade.”
            Morris apresenta a Lei da Conservação e Deterioração de Energia, que é a primeira lei da Termodinâmica. “O princípio básico de toda ciência física é o da conservação e deterioração da energia. A Lei da conservação da energia afirma que, em qualquer transformação de energia, em um sistema fechado qualquer, o total da quantidade de energia permanece inalterado. Lei semelhante é a lei da conservação da massa, a qual estabelece que embora a matéria se altere quanto à       forma, tamanho, estado, etc., a massa total não pode ser alterada. Em outras palavras, essas leis ensinam que nenhuma criação ou destruição de matéria ou energia está sendo atualmente realizada em qualquer parte do universo físico.” Logo, a evolução é transgressora obstinada dessa lei.
            É interessante notar que ainda coexistem formas simples e complexas de vida. O protozoário convive com o magnífico elefante africano ou os fascinantes gorilas da África Central. Por que a ameba não continua evoluindo? E os primatas, por exemplo, por que não estão se transmudando em hominídeos ou pitecantropos? Como bem o colocou Morris, se a evolução ocorreu no passado, seria razoável esperar que estivesse tendo lugar agora.
            A verdade dispensa os rebuscados e insossos artifícios da dialética ateia e apresenta com clareza meridiana o que aconteceu na criação da vida animal. A água produziu seres vivos, isto é, das águas que cercavam a Pangeia e daquelas que lhe penetravam o território, o infinito Criador fez surgir milhares de espécies de seres adaptados ao ambiente aquático.
            Surge-nos uma interrogação: As aves a quem Deus criou e deu ordens para que voejassem pelo ar teriam também sido criadas no mar? Marsh entende que a origem dos animais aquáticos e alados não é revelada nesses versos. Simplesmente foi ordenado por Deus que aparecessem na água e no ar. 
            Todas as criaturas, desde a ameba, passando pelos moluscos, artrópodes, peixes, mamíferos aquáticos de pequeno e grande porte, microrganismos perfeitos, insetos e todo tipo de vida animal surgiram e começaram a povoar as águas, segundo a ordem do Criador. O desejo de Deus era que os seres vivos povoassem a superfície da Terra, as águas rasas e também as profundas, os rios, as águas subterrâneas, os lagos, mares, cursos de água de todos os tip0s e mesmo os ares. Em nenhum lugar deste planeta a mão do Criador deixaria de ser vista.
            Depois de as espécies surgirem com seus espécimes completos, o Senhor deu ordem para que se reproduzissem e ocupassem seus hábitats. Nada de evolução. Os animais foram criados maduros e com capacidade de procriar produzindo seres semelhantes a eles. É bom lembrar que seu ciclo de vida seria continuo e sem alteração, visto não imperar a morte naquele então.  


         O homem foi feito do pó da terra e os animais também. Enquanto que o primeiro foi modelado carinhosamente por Deus, os outros apareceram em vida conforme a ordem do Criador. “Produza [hb. yatsa, com o sentido de “vir para fora”, “sair” “trazido para fora”] a terra...”
            O que a terra fez sair de si? “Seres viventes” conforme a sua espécie, isto é, pertencentes à mesma categoria, conforme padrões taxonômicos (a taxonomia é o sistema de classificação dos organismos segundo classe, ordem, gênero e espécie). Em outras palavras, os leões sempre foram leões pertencentes à família dos felídeos. Ursos sempre foram ursos pertencentes à família dos ursídeos. Elefantes sempre foram elefantes pertencentes à família dos elefantídeos. Tudo muito bem definido pelo Criador e destinado a conservar per omnia secula as espécies. Não houve um unicelular que depois de milhões de anos transformou-se miraculosamente em um rinoceronte, um hipopótamo, um aligátor ou búfalo. Os evolucionistas têm uma imaginação mais fértil do que Walt Disney para criação de personagens fictícios.
            Consoante a falácia evolucionista, animais terrestres migraram desde o mar para a terra, depois de se tornarem anfíbios e repteis, e voltaram para o mar – os que se tornaram em terra mamíferos marinhos (pode?!!!) durante seu desenvolvimento evolutivo. A verdade é que, fosse isso verdade, haveria fósseis em todo o mundo para dar consistência à afirmação. Durante centenas de anos de pesquisa de fósseis em todo o planeta, praticamente nada vem endossar o conceito de desenvolvimento evolucionista.
            Querem ver um exemplo interessante? Ao você observar um gnu da África Central, vai ver que ele possui semelhança de cabeça de um búfalo, cauda de cavalo e pernas e patas de antílope. Se ele fosse um fóssil, os evolucionistas já recolheriam essa “prova” para documentar sua tese. Mas nenhum deles se atreve a dizer que um gnu vivo está em fase de evolução.
            “Qual é o testemunho da natureza com respeito às espécies? Um dos fatos mais óbvios que impressiona o estudante da natureza é o da descontinuidade das espécies de plantas e animais. As rosas, lírios aquáticos, carvalhos e plátanos; esquilos, lobos, veados e macacos têm suas distintas peculiaridades. Não há formas intermediárias. Os paleontólogos contam-nos que as mesmas unidades distintas destacam-se claramente no registro fóssil, com ausência total de elos... Para os criacionistas isto significa que no tempo do Dilúvio, cerca de quarenta e três séculos atrás, viviam sobre a terra as mesmas espécies de animais que hoje vivem. Assim, o testemunho da natureza é que espécies de animais morfologicamente distintas existiram na terra deste antes do tempo em que ela foi inundada por um dilúvio universal.”   Studies on Criationism, pp. 220, 221.              
QUARTA
Criação completada
             A perfeição total de Deus transmitida nos atos criadores não necessita, absolutamente, de aperfeiçoamentos evolutivos. Ele completou Sua obra, analisou e viu que tudo era muito bom.
            E como estava tudo em seus conformes, Ele finalizou a obra de criação da Terra coroando-a com um dia especial de Sua preferência chamado sábado. Podemos dizer que o sábado foi o selo da criação. Adão e Eva não precisavam de descanso físico no primeiro sétimo dia de sua vida. Eles haviam sido criados em pleno vigor de corpos eternos e não tiveram nenhuma semana estafante – como nós temos – para desfrutar o descanso. O repouso de Deus era – e é – muito mais para o espírito, a alma.
            Assim  a humanidade deveria, a cada seis dias de atividade, santificar o dia de Deus comungando com Ele  em tempo integral. A cada sétimo dia, o Criador faria uma visita pessoal ao novo mundo que criara, especialmente ao homem. Não temos ideia do que ocorreu cada sábado enquanto o pecado não se intrometeu. Não sabemos qual era o “programa” desenvolvido no dia triplicemente bendito criado por Deus para o homem.  Duma coisa temos certeza: esse era o dia que o santo par almejava cada semana. A visita do Pai ensejava grande regozijo ao casal. Quando Deus ia embora, ao final do dia, um misto de saudade e desejo de comunhão deve ter invadido o coração de Adão e Eva. 
            A causa do sábado é o homem.   “O sábado não foi feito para ser um fardo às pessoas, mas para o bem delas e para dar-lhes paz e repouso. Por isso Jesus disse: ‘O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.’ Mc 2:27.”VJ, 69.
            Sendo o sábado o memorial ou monumento da Criação, ele estabelece perpetuamente a verdade da Criação especial. Toda vez que o sábado é santificado conforme o mandamento, seu observador está dizendo que crê firmemente que Deus criou a Terra em seis dias e no sétimo descansou, santificou e abençoou. Com essa postura, em contraposição, ele renega todas as afirmações pseudocientíficas da teoria da evolução e lança em rosto de seus simpatizantes uma verdade realmente científica, que é a da criação.
             “De acordo com o quarto mandamento, o sábado foi dedicado ao repouso e ao culto religioso. Toda atividade secular devia ser suspensa, mas as obras de misericórdia e beneficência estavam em harmonia com o propósito do Senhor. Elas não deviam ser limitadas a tempo ou lugar. Aliviar os aflitos, confortar os tristes, é um trabalho de amor que faz honra ao dia de Deus”. Redemption: or the Teachings of Christ, nº 4, pág. 46. 
“Quando as estrelas da manhã juntas, alegremente, cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam, foi o sábado dado ao mundo, para que o homem pudesse lembrar-se sempre de que em seis dias Deus criou o mundo. Ele repousou no sétimo dia, abençoou-o como o dia do Seu repouso e o deu aos seres   que criou, para que eles pudessem lembrar-se dEle como o Deus vivo e verdadeiro.” CSS, 357, 358.
“O sábado convida-nos a contemplar, nas obras criadas, a glória do Criador. Por desejar Jesus que assim fizéssemos, foi que envolveu as Suas preciosas lições com a beleza das coisas naturais. Mais do que em qualquer outro dia, devemos, no santo dia de descanso, estudar as mensagens que Deus para nós escreveu na Natureza. Devemos estudar as parábolas do Salvador onde Ele as pronunciou, nos campos e prados, sob céu aberto, entre a relva e as flores. À medida que penetramos no seio da Natureza, Cristo nos torna real a Sua presença, e nos fala ao coração de Sua paz e amor.” CSS, 165. 

O dia literal
            Eis um texto de evolucionismo teísta publicado num livro que pretende defender a Criação: “Muitos consideram a palavra ‘dia’ empregada em Gênesis, capítulo um, como significando 24 horas. Entretanto, em Gênesis 1:5 diz-se que Deus mesmo dividiu o dia num período menor, chamando apenas o período de claridade de ‘dia’. Em Gênesis 2:4, todos os períodos criativos são chamados de um só ‘dia’... O termo hebraico yom, traduzido por dia, pode significar diferentes medidas de tempo. Entre os possíveis significados, a obra Old Testament Word Studies, de William Wilson, incluiu o seguinte: ‘Um dia; termo frequentemente usado para tempo em geral ou para um longo tempo; um inteiro período sob consideração... Dia também é usado para uma época ou tempo específico em que ocorre um evento extraordinário.” A Vida – Qual a Sua Origem? A Evolução ou a Criação?, p. 26.
            Pois é, só que os autores se esqueceram de considerar o texto de Gênesis 1, segundo uma regra básica de hermenêutica: a contextuação. O texto sagrado deixa muito claro que se trata de dias literais de 24 horas cada, regidos pelo luminar maior que é o Sol com períodos alternados de claridade e escuridão.  
“Realmente, a ideia de que yom (dia) significa um período de tempo maior do que vinte e quatro horas não encontra comprovante nos dicionários hebraicos de renome, tais como o de Frants Buhl, Handwoerterbuch weber das Alte Testament,  o de Brown, Driver, Briggs, A Hebrew and English Lexicon of the Old Testament; e Edward Koenig, Woerterbuch zum Alten Testament. Skinner declara: ‘A interpretação de yom com aeon , fonte favorita para os harmonizadores de ciência e revelação, é oposta ao claro sentido da passagem e não tem justificação no uso hebraico.” John Skinner,  International Critical Commentary.
            O texto do mandamento do sábado, por exemplo, atesta que em seis dias o Senhor fez os céus e a Terra e descansou no sétimo. Não uma criação de seis mil anos, mais um apêndice milenar sabático para completar uma semana de sete mil anos, como querem alguns.  É simplesmente estarrecedor como os homens procuram “chifre em cabeça de cavalo” só para desmerecer o relato bíblico e crivar o sábado de tolices. Mais uma vez cabe m aqui as palavras sagradas encontradas em 2Cr 20:20: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis.”

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