Comentários Lição 8 - Os Mortos em Cristo (Prof. César)

18 a 25 de agosto de 2012

Verso principal: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de DEUS, descerá dos céus, e os mortos em CRISTO ressuscitarão primeiro” (I Tess 4:16).

A verdade bíblica é progressiva e ainda não acabou de ser revelada e compreendida. Assim como nós em nossos primeiros passos na Igreja não compreendíamos muito bem as doutrinas, e hoje temos melhor (mas não completo) conhecimento da verdade, os crentes tessalonicenses estavam em dúvida quanto ao estado dos mortos. Como gentios, eles antes criam na existência de uma entidade etérea que os gregos chamavam de Ψυχή ou psiquê. Filósofos gregos precedentes a Sócrates e Platão criam que essa entidade se desprendia do corpo após a morte e vivia por tempo infinito.

Pitágoras, famoso matemático grego do sexto século a.C., defendia que a psiquê era imortal e estava sujeita à transmigração (passagem de um corpo para outro). Tales de Mileto, que viveu antes de Pitágoras, achava que a alma imortal não era privilégio apenas de homens, mas de animais, árvores, pedras, vegetação e objetos tais como um ímã, que podia atrair o ferro. Os antigos gregos afirmavam que as almas dos mortos eram transportadas através do Rio Estige para um vasto domínio subterrâneo chamado de o mundo dos mortos. Ali, juízes sentenciavam as almas quer ao tormento numa prisão com muros enormes, quer à bem-aventurança no Elísio.

Como Paulo deixou claro no verso 11 do capítulo quatro, havia ignorância quanto ao estado do homem na morte. Eles ainda não haviam entendido, ou havia conflitos de ensinamentos em sua mente, qual era a verdade bíblica sobre a mortalidade humana. Outro ponto é que entendiam que Cristo haveria de vir dali a pouco tempo, e eles seriam arrebatados vivos para se encontrar com o Senhor. Eles cuidavam até da vida de seus amigos para que não falecessem e perdessem a gloriosa aparição de Cristo. À medida que os amigos e irmãos morriam, eles ficavam mais angustiados porque não achavam que iriam encontrá-los na vida futura.

Paulo tomou conhecimento do que os afligia e logo se pôs a escrever e ensinar-lhe a verdadeira teologia da morte. Quando eles receberam a autoritativa carta de Paulo e a leram, sentiram-se consolados e plenos de alegria. O grande teólogo revelou-lhes que eles não iriam encontrar sozinhos o Senhor, mas que os amigos mortos ressuscitariam e todos juntos iriam ao encontro de Jesus nos ares. Paulo descreve em rápidos toques a cena final. A voz do arcanjo, o sonido da última trombeta, a glorificação e o arrebatamento (não secreto, mas visível) dos fiéis. A partir desse evento glorioso, enfim começaria a eternidade. 


DOMINGO
A situação em Tessalônica
Ignorância doutrinária é um malefício preocupante. Vejam esta tabela que expõe o problema em termos estatísticos.

A ignorância doutrinária dos evangélicos em geral mostra-se muito mais grave do que as expectativas mais pessimistas delineavam nos últimos anos. Em 2008, o Estudo Nacional de Juventude e Religião pesquisou a crença dos 13,5% dos jovens americanos (entre 18 e 23 anos), que autoidentificam como cristãos protestantes e evangélicos e que frequentam uma igreja pelo menos "duas a três vezes por mês".  Veja a estatística abaixo:

97,2% acreditam em Deus.
96,6% acreditam que Jesus foi /é o Filho de Deus que ressuscitou dos mortos.
96,4% acreditam que Deus criou o mundo.
89% "definitivamente" acreditam em anjos.
76,2% "definitivamente" acreditam em demônios.
82,5% "definitivamente" acreditam em qualquer forma de vida após a morte.
83,0% acreditam em astrologia, mas não "em tudo."
83,2% acreditam na reencarnação, mas não "em tudo."
94,8% "definitivamente" acreditam em milagres.
95,0% acreditam em um dia do julgamento que vem, quando Deus vai premiar alguns e
punir outros.
91,2% acreditam que Deus é um ser pessoal que ainda está envolvido no
mundo de hoje.
81,9% acreditam que somente as pessoas cujos pecados são perdoados através da fé em
Jesus irão para o céu.
5,3% dizem que só as pessoas boas vão para o céu; 2,5% dizem que todos os
as pessoas vão para o céu; 4,9% acreditam em "algo mais" para ir ao céu, e de 2,2%
não sabem exatamente quem vai para o céu. 3,3% não acreditam em céu.
1,6% tentam incluir as práticas do budismo, hinduísmo, Zen, ou outras religiões asiáticas.
85,5% dizem que é "certo para as pessoas religiosas tentar converter outras pessoas à sua fé”.
71,8% dizem que os cristãos devem apenas praticar uma religião.
24,6% dizem que é boa para os cristãos a prática de outras religiões (Outro 3,6% não sabem.)
 Menos de dois terços (66,2%) dizem que "só uma religião é verdadeira."
70,8% dizem que não é bom para os cristãos "escolher suas crenças religiosas, sem ter de aceitar os ensinamentos de sua fé religiosa como um todo”.
Mais de um quarto (27,0%) acha que é bom para "escolher suas crenças”.
 89% dizem ter "muito respeito pela religião organizada nesse país (EUA)”
Quase um quarto (24,3%) concorda com ou ainda está indeciso com a aceitação de uma moral relativista.
 36,0% "concordam", que "devemos ajustar os nossos pontos de vista ao que é moralmente certo e errado para refletir as mudanças em nosso mundo”.
52,0% "concordo" ou "concordo fortemente" que as pessoas não devem casar com alguém de
uma religião diferente.

               
O “acreditar” nesta estatística limita-se apenas à área do conhecimento formal, sem aprofundamento de estudos bíblicos para tornar a convicção bem consolidada. Em outras palavras, um simples assentimento à verdade não significa apego de fé que mexe com o comportamento do indivíduo.

Paulo não precisou levantar estatísticas. Ele sabia que os tessalonicenses não haviam compreendido muito bem o estado do homem na morte. Provavelmente a incussão, por anos, da cultura e ensinamentos filosóficos e científicos, estabelecera na mente dos crentes tessalonicenses um “vício” difícil de romper.

O apóstolo, com sua palavra autorizada, procura mostrar como é a verdade bíblica a respeito. Ele começa dizendo que os mortos dormem. Ele se vale do verbo grego koimao = morrer, aquietar, fazer dormir, para explicar a situação dos mortos. Não seria difícil para ninguém entender que quando uma pessoa dorme , perde a noção do que se passa ao seu redor. Os sentidos ficam em suspensão de consciência. 

O verso 14 do texto para hoje mostra que somente a ação divina de Jesus “trará em Sua companhia os que dormem.” Os mortos só podem viver com ordem de Jesus, o Príncipe da vida. Ora, os mortos dormem até a intervenção de Cristo e Paulo deseja que isso fique bem claro para os tessalonicenses. Não deviam eles continuar ignorantes sobre a importantíssima doutrina da mortalidade da alma. Isso lhes traria tristeza porque estariam preocupados com o destino das pessoas queridas que se foram.

Se você tem dúvidas quanto à pureza da doutrina adventista, que não é originalmente adventista, mas bíblica, então procure o pastor, os anciãos ou mestres da igreja para desatar os nós de conhecimento.

Todas estas verdades são imortalizadas nos meus escritos. O Senhor nunca contradiz Sua Palavra. Os homens poderão apresentar um ardil após o outro, e o inimigo procurará desviar as almas da verdade, mas todos os que creem que o Senhor tem falado por intermédio da irmã White, e lhe tem dado uma mensagem, estarão livres dos muitos embustes que surgirão nestes últimos dias.” Manuscript Release 760, pp. 22 e 23. 
                SEGUNDA  
Tristeza e falta de esperança (1Ts 4:13)
               
No mundo regido pela filosofia grega, era de se esperar ideias confusas sobre a misteriosa realidade da mortes. Os próprios filósofos eram contraditórios nessa questão. Eles tentavam alcançar a verdade da morte através do raciocínio humano, que não pode penetrar as cortinas do além. Numa coisa parece que todos concordavam: que havia algum tipo de vida após o desenlace. Que uma entidade etérea e independente sobrevivia à falência do corpo e, invisível, iria viver outra realidade.

A antiga concepção grega da vida após a morte e das cerimônias associadas ao sepultamento já estava bem estabelecida por volta do sexto século a.C. Na sua “Odisseia”, Homero descreve o submundo, profundamente oculto nas entranhas da terra, onde Hades, o irmão de Zeus e Poseidon, e sua esposa Perséfone, reinavam sobre incontáveis multidões de figuras sombrias, as sombras de todos aqueles que haviam morrido. Esse não era um lugar feliz. De fato, o fantasma do grande herói Aquiles disse a Odisseu que ele preferia ser antes um pobre escravo na terra, do que o senhor de todos os mortos no mundo subterrâneo.

O apóstolo fez questão de desarraigar da mente dos crentes as ideias gentílicas sobre a morte e a incapacidade da filosofia de elucidar o mundo post-mortem. A ignorância trazia perplexidade e a perplexidade tristeza. Por certo alguns crentes haviam perdido entes queridos, amigos, parentes e outras pessoas de seu relacionamento, desde o tempo em que Paulo esteve com eles. Agora na nova fé, ainda não haviam compreendido o que o Evangelho tinha a dizer sobre o estado do homem na morte.
                
              É muito provável que Timóteo tenha informado a Paulo sobre a pendência doutrinária que atormentava os crentes. Como pai espiritual, Paulo não queria que nem por um só momento seus filhos espirituais tivessem tristezas desnecessárias. Ora, o conhecimento do Evangelho fora mais que maravilhoso para os ex-gentios. Mas, o que será que ele oferecia para quem o aceitasse e morresse posteriormente? Ah, ele oferecia a vida imortal que está escondida com Cristo em Deus. Quando? Na volta de Jesus. Agora, os que dormiram em Cristo continuam repousando mais plácidos do que quando estavam vivos. Nada sabem do que ocorre debaixo do sol. Para eles tristeza, dores, sofrimentos, preocupações, angústias e fatalidades deixaram de existir. Seus pensamentos deixaram de fluir e só serão retomados quando o Príncipe da vida lhes der ordem.
               
               Em seu ensino Paulo usa o próprio exemplo da ressurreição de Cristo para provar que, como Jesus que era humano também, ressuscitou, isto é voltou à vida após ter provado a morte, o Senhor da vida trará de volta todos os que foram para o mundo dos mortos. O comentário inspirado de Paulo deixa claro que o retorno à vida só é possível mediante a ressurreição. Se, de fato, existisse a alma como ensinavam os gregos, então a ressurreição seria um evento ilógico e desnecessário.
                 
                Sua recomendação aos crentes é que eles se consolassem das perdas falando da ressurreição futura. Não deviam sequer cogitar se o que haviam aprendido antes tinha uma nesga de verdade. A realidade dos mortos era aquela revelada por Deus.
               
TERÇA      
Morte e ressurreição (1Ts 4:14)
           
            Paulo deixa bem claro que a fonte da ressurreição é Cristo Jesus. Não há outro meio de suplantar a morte. Além de possuir o poder divino para ressuscitar mortos, Ele mesmo deu-Se como garantia de que haverá ressurreição futura. Ele morreu e ressuscitou, venceu a morte e o diabo, que era o senhor da morte.
             
            “Se cremos” – Não havia prova material que Paulo pudesse apresentar aos tessalonicenses sobre a ressurreição de Cristo. Viviam ainda, porém, muitas testemunhas de Sua ressurreição . Ele menciona mais de 500 irmãos cuja maioria ainda sobrevivia (1Co 15:6). Mas o apóstolo não ia, para provar suas afirmações, levar algumas delas até Tessalônica para que testificassem. Cumpria aos tessalonicenses aceitar pela fé as afirmações do apóstolo. Paulo diz que a ressurreição dos que dormem será uma ação de Deus praticada mediante Cristo, que tem vida em Si mesmo, para mostrar que a Divindade sempre trabalhou junta em tudo quanto se refira à redenção. Embora o Espírito Santo não seja aí nominado, nenhuma obra divina se faz sem o concurso do Santo Espírito. 

            O verbo trazer – traduzido no verso em estudo em seu tempo futuro do indicativo, voz ativa – cujo original é ago, tem o sentido de guiar, conduzir, mover. Nosso Salvador conduzirá a ressurreição numa cena mais que gloriosa.

                As visões de EGW nos apresentam um quadro encantador do dia em que Cristo chamará os santos mortos à vida.

               “Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz do Filho de Deus chama os santos que dormem. Ele olha para a sepultura dos justos e, levantando as mãos para o céu, brada: ‘Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no pó, e surgi!’... 

            “Todos saem do túmulo com a mesma estatura que tinham quando ali entraram. Adão, que está em pé entre a multidão dos ressuscitados, é de grande altura e formas majestosas, de estatura pouco menor que o Filho de Deus. Apresenta assinalado contraste com o povo das gerações posteriores; sob este único ponto de vista se revela a grande degeneração da raça. Todos, porém, surgem com a vivacidade e vigor de eterna juventude... As formas mortais, corruptíveis, destituídas de beleza, poluídas pelo pecado, tornam-se perfeitas, belas e imortais. Todos os defeitos e deformidades são deixados no túmulo. GC, 644 e 645. 

                Quando os pequenos se levantam imortais de seus berços no pó, imediatamente voam até os braços de suas mães. Reúnem-se outra vez, para nunca mais se separarem. Todavia, muitos destes pequenos não têm ali suas mães. Esperávamos ouvir as canções de triunfo destas mães, porém em vão. Os anjos recebem os pequenos órfãos e os conduzem à árvore da vida.” The Youth’s Instructor, 1/4/1858.

                “Demoro-me com prazer sobre a ressurreição dos justos, os quais sairão de todas as partes da Terra, de cavernas rochosas, de calabouços, das covas da Terra, das águas do mar. Ninguém é passado por alto. Todos ouvirão Sua voz. Eles sairão com regozijo e vitória.” Carta 113, 1886. 

  “Amigos há muito separados pela morte, reúnem-se para nunca mais se separarem, e com cânticos de alegria ascendem juntamente para a cidade de Deus. 
  
   “De cada lado do carro de nuvens existem asas, e debaixo dele se acham rodas vivas; e, ao volver o carro para cima, as rodas clamam: ‘Santo’, e as asas, movendo-se, clamam: ‘Santo’, e o cortejo de anjos clama: ‘Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso. ’ Ap. 4:8. E os remidos bradam: ‘Aleluia!’ - enquanto o carro prossegue em direção à Nova Jerusalém.” GC, 645. 
              
               “Todos nós entramos na nuvem, e estivemos sete dias ascendendo para o mar de vidro, aonde Jesus trouxe as coroas, e com Sua própria destra as colocou sobre nossa cabeça. Deu-nos harpas de ouro e palmas de vitória.” PE, 16. 
           
          “Existem colunas de anjos em ambos os lados, e os redimidos de Deus entram por entre querubins e serafins. Cristo lhes dá as boas-vindas e pronuncia sobre eles a bênção: ‘Bem está, servo bom e fiel... entra no gozo do teu Senhor.’ Mt 25:21.” SDABC, vol. 6, 1.093. 

                                                  QUARTA 

Ressuscitar em Cristo (1Ts 4:15, 16)
“A Bíblia claramente ensina que os mortos não vão imediatamente para o Céu. Eles são representados como estando a dormir até à ressurreição (1 Ts 4:14; Jó 14:10-12). No mesmo dia em que se quebra a cadeia de prata e se despedaça o copo de ouro (Ec 12:6), perecem os pensamentos dos homens. Os que descem à sepultura estão em silêncio. Não mais sabem de coisa alguma que se faz debaixo do Sol (Jó 14:21). Bendito descanso para o justo cansado! Seja longo ou breve o tempo, não é para eles senão um momento. Dormem e são despertados pela trombeta de Deus para uma imortalidade gloriosa. ‘Porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis... Quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.’ 1Co 15:52-54. Ao serem eles chamados de seu profundo sono começam a pensar exatamente onde haviam parado. A última sensação foi a agonia da morte, o último pensamento o de que estavam a cair sob o poder da sepultura. Ao se levantarem da tumba, seu primeiro alegre pensamento se expressará na triunfante aclamação: ‘Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?’ 1Co 15:55.” GC, 550.

  “Cristo foi investido do direito de conceder a imortalidade. A vida que Ele depusera como homem, Ele reassumiu e concedeu aos homens. ‘Eu vim’, diz Ele, ‘para que tenham vida, e a tenham com abundância.’ Jo 10:10. ‘Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia.’ Jo 6:54. ‘Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte d’água que salte para a vida eterna.’ Jo 4:14. 
  
   “Todos os que, pela fé em Cristo, são um com Ele, alcançam uma experiência que é vida para vida eterna. ‘Assim como o Pai, que vive Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, assim, quem de Mim se alimenta, também viverá por Mim.’ Jo 6:57. Esse ‘permanece em Mim e Eu nele’. Jo 6:56. ‘Eu o ressuscitarei no último dia.’ Jo 6:54. ‘Porque Eu vivo, vós também vivereis.’ Jo 14:19. 
   
    “Cristo tornou-Se um com a humanidade, para que a humanidade se tornasse um com Ele, em espírito e vida. Em virtude desta união, em obediência à Palavra de Deus, Sua vida torna-se a vida deles. Diz Ele aos penitentes: ‘Eu sou a ressurreição e a vida.’ Jo 11:25. A morte é por Cristo considerada um sono - silêncio, trevas, sono. A ela Se refere como se fosse de pouca importância. ‘Todo aquele que vive, e crê em Mim’, diz Ele, ‘nunca morrerá.’ Jo 11:26. ‘Se alguém guardar a Minha palavra, nunca provará a morte.’ Jo 8:52. ‘Nunca verá a morte.’ Jo 8:51. E para o crente, a morte é apenas questão de pouca importância. Para ele, morrer é apenas dormir. ‘Também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com Ele.’ 1Ts. 4:14.” ME1, 302, 303.
     
  “Não somos como os gentios, que passam dias e noites em lamentações, quando não se ouve nada senão tristes cânticos pelos mortos, com o fim de despertar simpatia humana. Não devemos cobrir-nos de vestes de luto e apresentar semblante lamentoso, como se nossos amigos e parentes tivessem partido de nós para sempre. João exclama: ‘Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. E ouvi uma voz do Céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam.’ Ap. 14:12 e 13.” ME2, 270.  
                       
QUIN TA    

Consolem uns aos outros (1Ts 4:13, 17, 18)

Preocupado com a falta de compreensão doutrinária por parte dos tessalonicenses e com a tristeza que sentiam por haverem perdido pessoas queridas, Paulo ensina que a segunda vinda de Cristo resolverá definitivamente o problema da morte. Por quê? Porque o Senhor da vida realizará um ato que por longos séculos tem esperado concretizar: a ressurreição de Seus bem-amados santos.

Paulo não queria que a morte tivesse mais mistérios para aqueles crentes em Jesus. Ele aplicou em seu ensino o conceito veterotestamentário da morte como um sono. Diferentemente das culturas de outras nações, que eram totalmente animistas (isto é, que afirmavam a existência de um segundo ser humano coexistente com a carne, mas dela independente, de essência etérea, impalpável e invisível), os judeus eram ensinados a considerar o estado da morte como um sono, onde os sentidos ficam em estado de suspensão, alheios ao mundo exterior. “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento.” (Ec 9:5).
No AT expressões como “dormiram com seus pais” (1Rs 2:10), “dormir no pó da terra” (Dn 12:2) e versos assemelhados, mostravam o que realmente acontecia aos mortos. Mateus usa o verbo “dormir” para os santos que estavam mortos e ressuscitaram por ocasião da morte de Cristo no Calvário (Mt 27:52). Jesus mesmo já havia falado várias vezes da morte como um sono. Por ocasião da ressurreição da filha de Jairo, mesmo depois de saber que a menina havia expirado, Ele disse que ela apenas dormia (Lc 1:52, 53).

Por certo os tessalonicenses crentes já haviam sido instruídos acerca da inatividade do mundo dos mortos, em total contraste com as fábulas e filosofias gregas que haviam mantido até conhecer o Evangelho. Porém, parece haver-lhes faltado a compreensão de como esse sono chegaria ao fim. Eles estavam perplexos pensando que jamais voltariam a ver seus entes queridos. Certo materialismo impregnava-lhes a mente por causa da ignorância. Quem sabe essa falta de saber se devesse não a qualquer omissão doutrinária da parte de Paulo, mas porque alguns que eram da igreja de Corinto houvessem divulgado na igreja tessalonicense que não existia ressurreição (ver 1Co 15:15). É possível que tenham achado que somente os vivos por ocasião da volta de Jesus seriam galardoados com a vida eterna. O quadro não é bem claro.

O apóstolo explica aos crentes que na volta de Cristo, santos ressuscitados e santos transformados serão resgatados da Terra e se encontrarão com o Senhor nos ares. Ninguém ficará preso ao sepulcro, exceto os ímpios que têm reservada para si a segunda ressurreição.

Ao recomendar que eles se consolassem uns aos outros com as revelações da ressurreição, o apóstolo almejava enxugar de seus olhos as lágrimas de desesperança.

Aspectos importantes da segunda vinda não tratados nos versos aqui estudados – Paulo não disse aos tessalonicenses acerca das moradas existentes no Céu, na casa do Pai, as quais Jesus iria preparar para os fiéis. Talvez não tivesse tido oportunidade de desdobrar-lhes assuntos como esses.  Paulo também não lhes deu detalhes do arrebatamento, no qual os anjos de Deus seriam encarregados de buscar os crentes em todos os quadrantes do planeta, enquanto a trombeta da glória soaria longamente. Não lhes falou, outrossim, sobre a vinda pessoal de Jesus. O Rei do Universo virá em pessoa e não secretamente como criam alguns. Ele Se mostrará a todos da mesma maneira como subiu ao Céu, quarenta dias após Sua ressurreição. 

Há um ponto a considerar aqui. O pastor, o professor, os mestres das Escrituras que militam na igreja, não têm a obrigação de “dar tudo mastigado para os crentes”. Os fiéis devem ser instruídos nos princípios do assunto e depois pesquisar por si mesmos as Escrituras, para consubstanciar seu conhecimento e fé. É plano de Deus que conheçamos as verdades da Bíblia por nós mesmos, com oração, humildade, diligente estudo e iluminação do Espírito.
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