Comentários Lição 11 - Promessa aos Perseguidos (Prof. César)

8 a 15 de Setembro de 2012

      Verso para Memorizar: "Por isso também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus  vos julgue dignos da vossa vocação e cumpra com podertodo o desejo da bondade e toda a obra de fé." 2Ts 1:11 – TB


A segunda epístola aos tessalonicenses nada mais é do que um prosseguimento da orientação de Paulo, daquilo que não fora possível tratar na primeira carta, e também elucidações do que não fora bem entendido anteriormente.
O Dr. Paulien comenta que haviam surgido novos e sérios problemas oriundos de falsos ensinos penetrados no seio da comunidade cristã tessalonicense. Tão logo informado, Paulo pôs-se a escrever para corrigir a perigosa situação, embora a demora da entrega demandasse meses.
Edgard Goodspeed diz que o zelo de alguns crentes tessalonicenses havia-se arrefecido por causa dos erros doutrinários envolvendo o retorno de Jesus. Os “mestres” do engano pregavam que a proximidade da volta de Cristo estava tão iminente, que era melhor que as pessoas largassem seus empregos e negócios, e se dedicassem a uma vida contemplativa e ociosa.
Essa posição              “vagabunda” daria um péssimo testemunho à cidade e entravaria a obra do evangelho. Por certo os ociosos não trabalhariam nem mesmo para pregar o Evangelho.
Apesar de sua relativa concisão, a Segunda Epístola aos Tessalonicenses vai bem ao ponto. Numa síntese elaborada com maestria, o apóstolo profetiza que a segunda vinda de Cristo ainda está bem no futuro, porquanto um de seus marcantes sinais seria o aparecimento do anticristo, um poder político-religioso que ousaria afirmar-se como Deus na Terra e merecer a reverência devida ao Altíssimo. Um poder executor de sinais e prodígios (coisas miraculosas), agente direto de Satanás, apoiaria o homem do pecado em sua nefasta obra de destruir a fé cristã. Paulo exorta os crentes a não se demoverem da fé em hipótese alguma, mas conservarem firme o ensino recebido. O apóstolo garante que se fizessem assim, Deus os confirmaria em “toda a boa obra e palavra”. 
DOMINGO

Saudações Novas (2Ts 1:1, 2)

            Tudo tem origem na graça de Deus provida em Cristo Jesus. A verdade é que nos vivemos de favores da Divindade. Nada do que recebemos advém de saldo de dívida que Deus tem conosco. A benignidade divina nos contempla incessantemente por causa da graça. A graça não existia antes de o pecado adentrar o Universo.  Quando Lúcifer começou a pecar e continuou em seu procedimento rebelde, a graça de Deus tolerou seus descaminhos procurando levá-lo ao arrependimento. “Deus, em Sua grande misericórdia, suportou longamente a Satanás. Este não foi imediatamente degradado de sua posição elevada, quando a princípio condescendeu com o espírito de descontentamento, nem mesmo quando começou a apresentar suas falsas pretensões diante dos anjos fiéis. Muito tempo foi ele conservado no Céu. Reiteradas vezes lhe foi oferecido o perdão, sob a condição de que se arrependesse e submetesse.” GC, 495 e 496. 
            A graça estendeu-se aos primeiros pecadores deste mundo quando comeram do fruto interdito.  A graça tem permitido que este mundo durasse até que todos tenham a oportunidade de arrepender-se e crer no Evangelho.
            Poderia Paulo apresentar melhor voto aos crentes tessalonicenses do que rogar que Deus o Pai e o Senhor Jesus Cristo lhes concedessem graça e paz?
            Que paz é essa que acompanha a graça? Não é a paz de um lago plácido, da envolvente quietude de um cálido pôr de sol, da ausência de qualquer perturbação. É a paz da reconciliação do homem com Deus. É a paz que Deus almeja que celebremos com Ele. “Ou que homens se apoderem da Minha força e façam paz Comigo; sim, que façam paz Comigo.” (Is 27:5)
            Outro aspecto teológico importante no texto de hoje é que existe uma igreja que está em Deus e no Senhor Jesus Cristo. Há perfeita união, mediante Jesus Cristo, entre a igreja e o Deus que a instituiu. Por isso ela é uma igreja viva. Não estamos falando aqui de igreja em termos denominacionais. A igreja denominacional tem uma faceta obscura, porquanto dela fazem parte tanto bodes quanto ovelhas, tanto trigo como joio, tanto santos quanto ímpios. Sempre foi assim. Há uma igreja dos primogênitos arrolados no Céu (Hb 12:23), cujos membros têm seus nomes escritos no Livro da Vida do Cordeiro. 
            Charles Finney, o grande pregador, teólogo e abolicionista norte-americano disse, certa feita: “Não há que provar que as pessoas podem adotar a religião por motivos diferentes, alguns por amor real a religião e outros por outros motivos. As diferenças podem ser classificadas nestas três classes, e ao fixar-se no desenvolvimento de seus motivos reais para fazerem-se religiosos, nos damos conta de seu caráter. Todos professam serem servidores de Deus, e com tudo ao observar as vidas de muitos, se faz manifesto que em vez de serem os servidores de Deus, alguns só tratam de fazer que seja Deus o que sirva a eles. Seu objetivo principal é assegurar sua própria salvação, ou alguma outra vantagem para si, por meio do favor de Deus. Procuram fazer de Deus seu amigo, para que possam usá-lo por sua vez segundo sua conveniência.” A esses, o voto de misericórdia para que se arrependam em tempo.
            Atentemos que Jesus Cristo é apresentado nos versos como Senhor. Ninguém pode ser membro verdadeiro da igreja sem submissão obediente a Jesus, que comprou todos os direitos inerentes a cada ser humano.
            Como propriedade de Jesus, somos por Ele cuidados com extremo carinho e zelo. Nem mesmo um cabelo de nossa cabeça se prende no pente ou escova e é arrancado da cabeça sem que Jesus deixe de atentar a isso. Ele está irmanado conosco por laços que jamais se partirão. Diz EGW que Ele nos estará ligado por toda a eternidade.
SEGUNDA 
Ações de graças de paulo (2Ts 1:3, 4)
               
            Nosso estudo de hoje versa sobre a ação espiritual de expressão de graças. Paulo diz que “devemos” dar graças a Deus. Embora nas ações de graças esteja o elemento espontaneidade – ninguém dá graças por decreto – é uma agradabilíssima obrigação render graças Àquele de quem provém todas as boas coisas. Parece ser de bom alvitre lembrarmo-nos de sempre agradecer ao Senhor por Sua graça abundante. “Em tudo daí graças” (1Ts 5:18) recomendou o apóstolo, porque Deus Se agrada de que assim seja. 
            Um dos motivos da gratidão de Paulo a Deus era porque a fé dos tessalonicenses havia se desenvolvido muito (Paulo usa o superlativo para o pronome indefinito “muito”). Ele sabia que os crentes estavam seguros quando de posse de inabalável fé em Deus. Ele também sentia que todos os seus sacrifícios em favor dos crentes de Tessalônica estavam produzindo fruto espiritual.
            Mas os motivos de gratidão não paravam na fé desenvolvida. O dom do amor fraternal, que tanto é preciso na igreja, estava também aumentando. Os crentes eram uma verdadeira família que se amava.  Outro motivo de graças era a paciência e a firmeza diante de perseguições e aflições. Nada mais próprio para provar a fé do que as aflições e perseguições. Elas dão têmpera à confiança. 
            Em sua segunda carta Paulo procurou corrigir a má interpretação de seu ensino, e expor perante eles sua verdadeira posição. De novo expressou sua confiança na integridade deles, e gratidão por sua firme fé, e pelo abundante amor de uns para com outros, bem como para com a causa do Mestre. Disse-lhes que os apresentava às outras igrejas como exemplo de paciente, perseverante fé que valorosamente suporta perseguição e tribulação, e dirigia-lhes o pensamento para o tempo da segunda vinda de Cristo, quando o povo de Deus descansaria de seus cuidados e perplexidades.” AA, 264.   
Quando uma igreja é apresentada como modelo e incentivo para outras congregações, é sinal que o Espírito a está dirigindo, e isso é motivo para constantes ações de graças. Também é um desafio positivo para que as outras igrejas alcancem um nível elogiável. É o principio da santa emulação (Rm 11:14). Se os outros conseguem, por que nós não?
             
TERÇA  
Sofrimento como sinal do fim (2Ts 1:5, 6)
                 
      Os servos de Deus, desde o justo Abel, sempre foram perseguidos de uma ou de outra forma. Paulo estava procurando consolar os tessalonicenses dizendo-lhes que padeciam perseguições porque eles pertenciam ao reino de Deus.
      O reino de Deus é um intruso indesejável nos domínios de Satã, isto é, neste mundo. Isso o príncipe do mal não pode tolerar passivamente. Ele coloca todo o seu vasto exército de anjos decaídos e homens maus em confronto com o inimigo. Não cede uma polegada de terreno sem árduo conflito e usa todas as sutilezas que sua mente privilegiada possa imaginar para combater o bem. Vale-se dos poderes que ainda lhe restam e também aos seus asseclas que caíram do Céu, para enganar, enredar, desanimar, flagelar, perseguir e matar.
      Porém, Paulo declara aos crentes que tudo o que os homens maus possam intentar contra os remidos, será julgado com justiça pelo Senhor e receberá a retribuição cabível segundo os princípios da Lei divina. Está escrito no Sl 103, verso 6 que “o Senhor faz retidão e justiça a todos os oprimidos”. Ele protela o juízo final sobre as más obras dos homens, porque não Lhe agrada destruir as criaturas que procederam de Sua mão. Ele deu aos antediluvianos 120 anos de graça para se arrependerem. Deu ao apóstata Israel 490 anos “para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos” (Dn 9:24). Está dando ao mundo mais de 2.000 anos de graça para que os homens se arrependam e emendem seus caminhos. Providenciou três grandes e vitais mensagens que fossem pregadas ao mundo nos últimos dias, a fim de que os homens sejam beneficiados pela expiação provida a custo infinito por Jesus.
            O Senhor anota em Sua mente infinita cada maldade, cada manifestação de ódio, cada agressão, cada perseguição, cada flagelo imposto aos Seus filhos. Ele as considera como feitas a Si próprio e passíveis de Sua vingança pessoal.
Os ímpios pensam que, por viverem num reino onde a impiedade campeia, estão livres de qualquer retribuição penal por seus atos injustos. Não sabem ou não querem saber que um dia, no futuro, Deus trará a juízo toda obra, quer seja boa, quer seja má (Ec 12:14).
Evidentemente, a intensidade dos ataques de Satanás no fim dos tempos é bem maior do que o fora em tempos passados. Ele sabe que tem pouco tempo disponível para realizar sua nefanda obra (Ap 12:12). Sua ira contra o povo de Deus aumenta a cada dia e ele multiplica seus esforços para destruir os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus.
 “O onipotente poder do Espírito Santo é a defesa de toda alma contrita. Cristo não permitirá que ninguém que, em arrependimento e fé, haja clamado por Sua proteção passe para sob o poder do inimigo. É verdade que Satanás é um poderoso ser; mas, graças a Deus, temos um Todo-poderoso Salvador, que expulsou do Céu o maligno. Satanás se agrada quando magnificamos seu poder. Por que não falar de Jesus? Por que não engrandecer Seu poder e amor?” CBV, 94.
“Enquanto o povo de Deus preservar sua fidelidade a Ele, enquanto com viva fé se apegarem a Jesus, encontram-se sob a proteção dos anjos celestiais, e Satanás não terá permissão para exercer suas artimanhas infernais sobre eles para sua destruição. Mas os que se separam de Cristo pelo pecado estão em grande perigo...” Maranata, 93.

QUARTA               

Fogo e destruição (2Ts 1:7-9)
                 
                Não permanece dúvida de que o sofrimento do povo de Deus só terminará quando Jesus Se manifestar em glória, no dia da retribuição.   
            No quadro que a Escritura pinta do dia da Segunda Vinda, temos elementos terrificantes. Um deles é o resplandor de Cristo (2Ts 2:8 – VARC). O Senhor Deus é “fogo consumidor” (Hb 12:29). É tão tremenda a intensidade de Sua glória ou brilho, que nenhum ser não redimido pode manter-se vivo ante sua manifestação. Quando Jesus Se encarnou, Ele teve de velar Sua glória divina para não consumir os seres humanos. Um leve faiscar dessa glória, como aconteceu quando foram prendê-lo no Getsêmani (Jo 18:6), derrubou um pugilo de guardas enviados pelos principais dos sacerdotes. Outra branda manifestação da glória divina matou Nadabe e Abiu, filhos profanos de Arão, quando ofereceram fogo estranho perante o Senhor (Lv 10:2)
            Na vinda de Cristo, nosso Senhor manifestará toda a Sua glória, sem qualquer restrição. Essa glória terá funções penais sobre o pecado e pecadores. Os ímpios serão mortos, a Terra se convulsionará quebrando-se como se fosse uma fina camada de gelo sujeita a pressão interna, os céus passarão com grande estrondo e os elementos, ardendo, se desfarão (2Pe 3:10).
            As Escrituras falam repetidas vezes dos fogos que atuarão no último dia. Fogo é elemento purificador. Embora os fogos pós-milenários é que vão purificar definitivamente a Terra e prepará-la para o novo Gênesis, os fogos pré-milenários queimam as obras da Terra e a deixam em ruínas.
            A terribilidade da punição mostra o quão ofensivo é o pecado ao Deus Santíssimo. Ele precisa eliminá-lo. É uma questão de justiça. Em amor Deus precisa preservar o Universo de um segundo levante do pecado, e isso será feito: “Não se levantará por duas vezes a angústia” (Nm 1:9).
            A imagem distorcida de um Deus “passivo ante o mal” e tolerante como Papai Noel não se coaduna com a santidade infinita do Rei. Tolerasse Deus indefinidamente o pecado, estaria comprometido com a injustiça, a rebelião, e a afronta, seria conivente com o mal e, portanto, seu cúmplice. Em amor para com o Universo Ele precisa ser drástico com a transgressão. Sua paciência e misericórdia têm dado oportunidade aos homens para emendarem seus maus caminhos. Assim como os antediluvianos tiveram um tempo de graça e todas as nações da Terra também, Deus executará juízo sobre toda má obra quando vier o tempo que Ele determinou para isso.
            Para salvar a vida, muitas vezes o médico é obrigado a amputar um membro do paciente ou mesmo retirar-lhe um órgão comprometido. Para salvar o Universo dos efeitos do pecado, Deus terá de “amputar” a vida na Terra e evitar que a infecção mortal se propague.
QUIN TA    

Glorificando a cristo (2Ts 1:10-12)

            “Quando vier para ser glorificado nos Seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho). Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé, a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós, nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.”
            Estes são os versos que requerem nossa atenção e estudo hoje.  O dia da vinda de Cristo é o dia da glorificação para os Seus santos. Nesse dia, os que viveram em Cristo e por Cristo serão transformados num abrir e fechar de olhos (1Co 15:52). O corpo corruptível, a carne em seu presente estado, será transformada em corpo glorioso semelhante ao de Cristo Jesus.  Um corpo eterno, imorredouro, indeteriorável, com infinito potencial de desenvolvimento, imunizado contra todas as consequências do pecado. A mente dos remidos não sofrerá apenas uma transformação fisicobiológica para adaptar-se a outra dimensão de tempo e espaço. Ela será como a mente humana do Salvador: perfeita, santa, ilimitada. 
            Jesus é chamado no Espírito de Profecia de “nosso Irmão Mais Velho”. Isto é, Ele é humanamente semelhante a nós. Ele tem DNA como nós. Jesus levou a humanidade para o Céu, perfeitamente unida à Divindade do Verbo. Podemos arriscar-nos a dizer que nosso Senhor é um de nós. Deus é nosso Parente mui íntimo.
            É difícil, diria impossível, em nosso presente estado termos uma ideia aproximada do que seja um corpo glorificado. Porém, há algumas informações inspiradas para alimentar nossa compreensão. Os traços fisionômicos identificativos do indivíduo serão conservados, embora espetacularmente aprimorados pelo toque da eternidade. Será possível o pronto reconhecimento. Reconheceremos os nossos amigos, da mesma maneira que os discípulos a Jesus. Talvez hajam sido deformados, doentes, desfigurados nesta vida mortal, ressurgindo em plena. saúde e formosura; no entanto, no corpo glorificado, será perfeitamente mantida a identidade... No rosto, glorioso da luz que irradia da face de Cristo, reconheceremos os traços daqueles que amamos.” Maranata, 301. Todas essas maravilhas apontam para o Autor de nossa salvação e O glorificam. Como vibraremos de alegria ao começarmos a viver a realidade da vida eterna. Uma sensação, por certo, que jamais experimentamos nesta vida. Todas as melhores emoções e sentimentos que desfrutamos na vida terrena, não são para se comparar nem de leve com as maravilhas que o sangue de Jesus adquiriu para nós. Glória ao Rei de Amor!

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