Frases #38

"As grandes vitórias espirituais são construídas na solidão do nosso quarto; só Deus está ali."

Pr. Gilmar Batistoti

Frases #37

"Sou um cético, só acredito em Deus."

Pr. Ed Renê Kivitz

Comentários Lição 4 - Alegria e Gratidão (Prof. Sikberto)




21 a 28 de Julho de 2012

Verso para memorizar: Sempre damos graças a DEUS por vocês, mencionando-os em nossas orações. Lembramos continuamente, diante de nosso DEUS e Pai, o que vocês têm demonstrado: o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor JESUS CRISTO” (I Tess 1:2, 3, NVI).
 
Introdução de sábado à tarde
Paulo estava entusiasmado com os membros de Tessalônica. Eles eram fervorosos. Embora não tão estudiosos quanto os bereanos, estavam demonstrando que lutavam pela fé e cresciam espiritualmente. Haviam sido bem receptivos a Paulo, embora lá tivesse ocorrido uma forte oposição, mas isso não foi da parte dos membros da igreja e sim de pessoas vindas de fora. Paulo havia ficado em Tessalônica por três semanas, aproximadamente, mas foi o suficiente para que eles aprendessem muito e que entendessem sobre JESUS CRISTO, e O adotassem como seu Salvador.

Nesta semana estudaremos sobre como uma igreja nova, com conversos recém-batizados, lutam para manterem-se espiritualmente em pé. Este estudo será importante para os nossos dias, pois há grande parte de novos conversos e igrejas recém-fundadas. E é grande desafio manter esses grupos novos firmes na fé.

O verso selecionado nos dá uma dica sobre como manter firme a fé na Palavra de DEUS, a Bíblia, tratando-se de igrejas pequenas e novas. Quem as forma, tal como Paulo, deve continuar orando por esse novo grupo, e as pessoas desse grupo devem realizar esforços para se manterem íntegros na vontade de DEUS. Esse é o início das providências para uma igreja forte, mesmo distante de apoio mais efetivo de igrejas mais experientes e de líderes mais qualificados. Quem contribui para a conversão uma pessoa deve servir de exemplo de vida, por um tempo, até que o novo converso adquira experiência e que conheça JESUS, a ponto de saber como imitá-Lo.

1.      Primeiro dia: Uma oração de gratidão (I Tess 1:1-3)

No verso acima está a saudação inicial de Paulo, da parte dele, de Silvano (também Silas) e de Timóteo. O apóstolo se mostra feliz e recompensado com os tessalonicenses, pelo que ora por eles. Ele recorda que é a fé deles que os leva à ação, pois a fé sem obras é morta, ou nem é fé. Para que a fé tenha valor ela deve vir acompanhada de obras, as obras do amor.

Mas porque a fé deve vir associada com obras? “Fé e obras vão de mãos dadas. ... As obras jamais nos salvarão; os méritos de CRISTO é que contam em nosso favor. Pela fé nEle, CRISTO tornará aceitáveis a DEUS todos os nossos imperfeitos esforços. A fé que de nós se requer não é uma fé de dulce far niente; fé salvadora é aquela que opera por amor e purifica a alma. Aquele que ergue a DEUS mãos santas, sem ira nem dúvida, andará inteligentemente no caminho dos mandamentos de DEUS” (Para Conhecê-Lo, MM 1965, p.229). A fé dada por DEUS, que a pessoa deseja ter, só é completa se vier ao lado de ações. E estas ações têm certas características. Vamos adiante.

Paulo fala do ‘esforço motivado pelo amor’. É o amor que gera a motivação para se fazer alguma coisa que completa a fé. Quem ama não consegue se conter. Ele sente necessidade de fazer algo pelas pessoas amadas. Não é a fé que move uma pessoa para trabalhar, é o amor, mas a fé necessita das obras, ou das ações, como queiram, que o amor impulsiona. Então a fé não existe sem amor, pois depende das ações do amor. “Repetidamente ensinara Cristo que a verdadeira grandeza se mede pelo valor moral. Na estimativa celeste, a grandeza de caráter consiste em viver para o bem-estar de nossos semelhantes, em praticar obras de amor e de misericórdia. Cristo, o Rei da Glória, foi servo do homem caído” (Desejado de Todas as Nações, 613 – 614). Quem ama faz algo pela pessoa amada. Quem ama a DEUS, não pode ficar sem fazer algo pelos semelhantes, também amados por DEUS. O amor nos leva a agir.

Agora uma pergunta: por quanto tempo devemos manter as obras do amor, das quais a fé necessita para ser eficaz? Os apóstolos viveram toda a vida, e não viram JESUS voltar. Os cristãos da Idade Média tiveram que fugir e foram perseguidos, e não viram JESUS voltar. Por quanto tempo devemos nos manter fiéis, e praticar as obras do amor, para qualificar a fé?

Aí que entra a esperança, o terceiro item da oração de Paulo. Ele disse que a perseverança provém da esperança. O que é esperança? É a capacidade de esperar por algo que virá com certeza, mas que não se sabe quando. O dia e a hora não sabemos, mas temos certeza de que JESUS voltará, portanto, esperamos. Não esperamos ociosos, e sim agindo, motivados pelo amor, e assim demonstrando a nossa fé. A esperança gera perseverança, porque quem espera com calma, não desiste. Mas, por sua vez, aqui entramos num círculo virtuoso. A perseverança também gera esperança, ou seja, mais esperança. Quem persevera porque espera, fortalece sua capacidade de esperar, e assim aumenta sua paciência em continuar esperando. “Também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Rom. 5:3 e 4). Foi isso que aconteceu com os fugitivos da Idade Média. Eles enfrentavam tribulações, mas não desistiam porque desenvolveram experiência em esperar, que resultou em fortalecimento da esperança, e assim se fortalecia neles, cada vez mais, a perseverança.

Aqui está o segredo da vitória. Está demorando JESUS a voltar? Sim, é evidente. Mas Ele volta. E quando acontecerem as coisas preditas, que já sabíamos, não somos surpreendidos, pois elas comprovam que JESUS, quando as predisse, acertou mais uma vez, como sempre. Então nos fortalecemos na fé, o amor nos leva a ações mais decididas (experiência prática) e isso aumenta a esperança, que leva, em novo ciclo, a mais fortalecimento da fé e do amor. Um bom cristão, dia a dia, torna-se cada vez mais forte.

2.      Segunda: DEUS escolheu você (I Tess 1:4)

“Deus não deu Sua lei para impedir a salvação de almas, mas Ele quer que todos sejam salvos. O homem tem luz e oportunidades, e se as aproveitar, poderá ser vitorioso. Podeis mostrar por vossa vida o poder da graça de Deus em vencer” (E Recebereis Poder, MM, 1999, p. 354). A graça DEUS dá, não precisamos pagar nada. Antes que façamos qualquer coisa, ela está o tempo todo disponível. É só pegar.  MAS, temos que nos interessar por ela. A fé DEUS dá, também não custa nada, mas devemos desejá-la. DEUS nos amou primeiro, e nos favorece estando nós num mundo completamente desfavorável. Esses favores devemos sentir para que nos interessemos pela graça e pela fé. Iremos desejar os presentes de DEUS quando sentirmos que Ele nos ama. Iremos sentir o Seu amor quando pararmos para refletir sobre o que JESUS fez por nós na cruz.

Ao nos dar presentes, ao nos amar, DEUS demonstra, na prática, que já nos escolheu. E isso Ele faz com todas as pessoas do planeta. Há uma única condição para Ele desejar o bem a um ser humano: de ele ter nascido, basta isso.

Mas, para que o ser humano se salve, a história é diferente. Não basta tudo o que DEUS faça por nós. Se assim fosse, todos se salvariam. Acontece que há mais uma coisa que Ele mesmo nos deu: a liberdade de escolha. Somos seres livres perante DEUS para escolher o que desejarmos.

3.      Terça: Segurança em CRISTO (I Tess 1:5)

Um indicativo que dá segurança de que estamos com DEUS é a transformação. Ao longo de algum tempo, em nossa vida, tem que haver alguma mudança para melhor. Não há um ser humano nesse planeta que já tenha alcançado um estilo de vida que não necessite de mais mudanças. Aqueles que são maus, que roubam, assaltam, batem nas outras pessoas, são imorais, têm o que mudar, se houver conversão. São mudanças bem flagrantes. E aqueles que não fazem nada disso, que já fizeram a reforma da saúde, que se envolvem na igreja conforme seus dons, que são boas pessoas em seus lares (é aqui que geralmente devem ocorrer as mudanças), levam um bom estilo de vida, não se enganem, também precisam mudar. No mínimo precisam continuar o aperfeiçoamento no caminho em que já estão. Todos devemos mudar.

Paulo, em I Tess 1:5, disse que é por meio do poder, da ação do ESPÍRITO SANTO e da convicção da própria pessoa que as mudanças ocorrem. Explicando: é evidente que precisa haver poder para que uma pessoa adulta mude seus hábitos. Alguma força deve ser exercida, mudanças para melhor são sempre lutas contra a tendência humana, que é mudar, mas para pior. Isso ocorre ao natural, pois é a nossa natureza. E quem age para que mudanças ocorram, ou, em outras palavras, quem ‘recria’ as pessoas é um ser divino, o ESPÍRITO SANTO. Pois só sendo DEUS para mudar a natureza do ser humano. O próprio ser humano pode estar convicto da necessidade de mudanças em sua vida, mas sem o poder do ESPÍRITO SANTO, ele irá lutar sem nada conseguir de significativo. Atente-se, o ser humano também necessita fazer alguma coisa: como Paulo diz, ter a convicção de que precisa ser ajudado, isso implica em querer mudar. Aí sim, associando o poder do ESPÍRITO SANTO com a consciência do ser humano da necessidade, aí a mudança ocorre. O ser humano é livre para escolher se quer ou se não quer mudar. Se ele quer, então o ESPÍRITO SANTO exercerá o Seu poder recriador na pessoa, e a mudança necessária de santificação ocorrerá. Voltamos ao ponto inicial: temos que nos avaliar: se passando alguns meses não identificarmos melhora em nossa vida espiritual, acendeu o sinal amarelo. E se continuar assim, acendeu o sinal vermelho. Não devemos deixar chegar até o sinal vermelho, devemos lutar com DEUS, nos entregar todos os dias, para que Ele opere em nós as mudanças necessárias, de maneira contínua, e que assim cresçamos espiritualmente em direção à perfeição. Há um alerta importante: mesmo pessoas que já tenham alcançado grande grau de transformação não têm garantia alguma de uma não recaída em direção a algum tipo de pecado, geralmente aquele que é o seu ponto fraco. Portanto, estar vigilantes todos os dias é necessário. Isso se faz em oração, falando com DEUS sobre a nossa vida espiritual.

Vamos citar um exemplo de vida espiritual destruída, depois que já havia alcançado importante transformação espiritual. A pessoa foi promovida e alcançou importante posição numa empresa de porte significativo. Aos poucos ela passou a frequentar ambientes sociais do mundo, mas se cuidava por ali. Gradativamente concessões foram sendo feitas. Foi esfriando na igreja, mais tarde separou-se da esposa pois já havia outra mulher em sua vida. Saiu de vez da igreja, mantendo-se na fé a esposa e os filhos. Estar vigilantes para corrigir o rumo em tempo, antes que vá longe demais, é uma atitude prudente, para não perder o que já alcançou e para não perder a vida eterna, já estando no caminho certo.

4.      Quarta: Fazer o que Paulo faria (I Tess 1:6, 7)

Ser imitadores de Paulo, é o que ele sugeriu que os tessalonicenses continuassem fazendo, tendo-os elogiado pois já o imitavam. De fato, é perigoso imitar seres humanos. Mas convenhamos, os crentes novos dificilmente imitariam a JESUS, pois o conhecimento sobre o Salvador ainda é ínfimo. Como imitariam alguém que desconhecem? Por isso, aqueles que já são cristãos, ou adventistas veteranos, queiram ou não, tornam-se referência aos mais novos, recém-batizados.

Quando Paulo falou que ele fosse imitado, certamente estava dizendo que isso fosse feito com critério. Ou seja, que o imitassem naquilo que necessitassem para seu crescimento espiritual a fim de logo conhecerem JESUS. Também referiu-se quanto aos sofrimentos que ele passava, quanto às restrições por causa da fé, quanto às coisas que deveria abrir mão. A vida de um verdadeiro cristão é muitas vezes uma sucessão de renúncias. Há tantos atrativos no mundo que não são adequados a cidadãos que desejam viver na perfeição, onde os atrativos são em muito maior número, porém radicalmente diferentes dos daqui da Terra. Nisso Paulo servia de exemplo, uma vida despojada, simples, dedicada a DEUS, aceitando os sofrimentos por causa da fé, e não desistindo de seguir a CRISTO por causa dos problemas.

Devemos ter cuidado em não seguir a nós mesmos, ou melhor, em nos independermos dos conselhos dos mais experientes em determinados assuntos, e seguirmos uma trilha individual. “Os que são inclinados a considerar como supremo seu critério individual, acham-se em grave perigo. É o estudado esforço de Satanás separar a esses dos que são condutos de luz, e por cujo intermédio Deus tem operado para edificar e estender Sua obra na Terra” (Atos dos Apóstolos, 163 e 164).

Contudo, devemos sempre ser imitadores de CRISTO. Ele é o nosso exemplo supremo. Os mais experientes na fé devem ter JESUS como seu exemplo diário, em tudo o que decidirem fazer, pois, os menos experientes, inevitavelmente irão olhar para estes a fim de aprenderem como deve ser o estilo de vida cristão. Satanás, sabendo disso, incluiu em sua estratégia final contra a igreja, no últimos dias, levar os mais experientes a serem mau exemplo em sua vida. Assim, outros que confiam neles, acabam errando sem se darem conta, e se perderão todos juntos. “Por meio daqueles que têm uma forma de piedade, mas não lhe conhecem o poder, podemos ganhar muitos que de outra maneira nos causariam grande mal. Os mais amantes dos prazeres do que amantes de Deus, serão os nossos mais eficientes auxiliares. Os que pertencem a essa classe, forem mais aptos e inteligentes, servirão de chamariz para atrair outros para as nossas ciladas. Muitos não lhes temerão a influência, porque professam a mesma fé. Levá-los-emos então a concluir que as reivindicações de Cristo são menos estritas do que uma vez creram, e que pela conformação com o mundo exercerão maior influência sobre os mundanos. Assim se separarão de Cristo; então não terão forças para resistir ao nosso poder, e dentro de pouco tempo estarão prontos para ridicularizar o seu antigo zelo e devoção” (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 474).

Todos os que assim falsamente representam a Cristo estão imprimindo um molde errado à obra; pois encorajam os que com eles estão ligados a fazerem o mesmo. Por amor de sua alma, por amor àqueles que correm o risco de sua influência, devem eles resignar sua posição; pois no Céu aparecerá o registro de que o praticante do mal tem em suas vestes o sangue de muitas pessoas. Ele fez com que alguns ficassem exasperados, de tal modo que abandonaram a fé; alguns se têm imbuído dos seus próprios atributos satânicos, sendo impossível avaliar o dano a eles causado. Somente aqueles que manifestam que seu coração está sendo santificado pela verdade devem ser mantidos em posições de confiança na obra do Senhor” (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 262, grifos acrescentados).

Logo, como Paulo, devemos assumir nossa responsabilidade a ponto de podermos falar como ele falou, ou seja, dispor-se a andar com DEUS como Enoque, a ponto de servirmos de exemplo aos menos experientes.

Como Cristo viveu a lei na humanidade, assim podemos fazer, se nos apegarmos ao Forte em busca de força. Mas não devemos pôr a responsabilidade de nosso dever sobre outros, e esperar que eles nos digam o que fazer. Não podemos depender da humanidade quanto a conselhos. O Senhor nos ensinará nosso dever com tanta boa vontade como o faz a qualquer outro. Se a Ele nos achegarmos com fé, transmitir-nos-á pessoalmente os Seus mistérios. Nosso coração arderá muitas vezes dentro de nós ao aproximar-Se Alguém para comungar conosco como fez com Enoque. Os que decidem não fazer, em qualquer sentido, coisa alguma que desagrade a Deus, depois de Lhe apresentarem seu caso saberão a orientação que hão de tomar. E não receberão unicamente sabedoria, mas força. Ser-lhes-á comunicado poder para a obediência e para o serviço, assim como Cristo prometeu. Tudo quanto foi dado a Cristo - "todas as coisas" para suprir as necessidades dos homens caídos - foi-Lhe dado como Cabeça e Representante da humanidade. E "qualquer coisa que Lhe pedirmos, dEle a receberemos; porque guardamos os Seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à Sua vista". I João 3:22” (O Desejado de Todas as Nações, 668).

E há um alerta importante quanto ao que imitar de outras pessoas. É relevante que ensinemos aos novos que pesquisem na Bíblia sobre como devem viver, e que não fiquem ano após ano necessitando de exemplos frágeis para a formação de seu estilo cristão de vida. Ellen G. White, certa vez recomendou fortemente que os membros não se baseassem pura e simplesmente em seus conselhos, nem nos de seu marido. Cada irmão deve aprender da Palavra de DEUS como viver conforme a vontade de DEUS. “Vi o perigo em que o povo de DEUS incorre ao olhar para o irmão e a irmã White, pensando que deve ir a eles com suas preocupações e em busca de conselho. Isso não deve ser assim. Eles foram convidados por seu compassivo e amoroso Salvador a ir a Ele quando cansados e sobrecarregados, e Ele os aliviará. Muitos vêm a nós com a pergunta: Devo fazer isto? Devo envolver-me nesta empreitada? Ou, com relação ao vestuário: Devo usar este ou aquele artigo? Respondo-lhes: Vocês professam ser discípulos de Cristo. Estudem a Bíblia. Examinem cuidadosamente e com oração a vida de nosso querido Salvador quando habitava entre os homens na Terra. Imitem-na e não se desviarão do caminho estreito. Recusamo-nos absolutamente a lhes servir de consciência. Se lhes dissermos exatamente o que fazer, vocês nos olharão como guias em lugar de irem diretamente a Jesus” (Testemunhos para a Igreja, 118 e 119).

5.      Quinta: Mais evidências da fé (I Tess 1:8-10)

A comunidade cristã dos tessalonicenses formou-se a partir das pregações de Paulo na sinagoga dos judeus de lá, que aceitaram e logo se disseminou para gentios do lugar. “A chegada de Silas e Timóteo, vindos da Macedônia enquanto Paulo se encontrava em Corinto, alegrara muito ao apóstolo. Trouxera-lhe "boas notícias" da "fé e caridade" dos que haviam aceitado a verdade durante a primeira visita dos mensageiros evangélicos a Tessalônica. O coração de Paulo se comoveu com a mais terna simpatia para com esses crentes que, em meio às provações e adversidades, se haviam mantido fiéis a Deus. Desejou muito visitá-los pessoalmente; como, porém, isto fosse impossível então escreveu-lhes.

“Nesta carta à igreja de Tessalônica, o apóstolo expressa sua gratidão a Deus pelas alegres novas do progresso por eles alcançado na fé. "Irmãos", escreveu, "ficamos consolados acerca de vós, em toda a nossa aflição e necessidade, pela vossa fé, porque agora vivemos, se estais firmes no Senhor. Porque, que ação de graças poderemos dar a Deus por vós, por todo o gozo com que nos regozijamos por vossa causa diante do nosso Deus, orando abundantemente dia e noite, para que possamos ver o vosso rosto, e supramos o que falta à vossa fé?

"Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho da caridade, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai." I Tess. 1:2 e 3.
“Muitos dos crentes de Tessalônica haviam-se convertido dos ídolos a Deus, "para servir ao Deus vivo e verdadeiro". Eles haviam recebido "a palavra em muita tribulação"; e seu coração estava cheio do "gozo do Espírito Santo". O apóstolo declarou que em sua fidelidade em seguir ao Senhor, haviam eles sido "exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia". Essas palavras de louvor não eram imerecidas; "porque por vós", escreveu ele, "soou a Palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou". I Tess. 1:6-8.

“Os crentes de Tessalônica eram verdadeiros missionários. Seu coração estava inflamado de zelo pelo seu Salvador, que os livrara do temor da "ira futura". I Tess. 1:10. Mediante a graça de Cristo, operara-se-lhes na vida uma transformação maravilhosa; e a Palavra do Senhor, pregada por eles, era acompanhada de poder. Por intermédio das verdades apresentadas, corações foram ganhos e almas acrescentadas ao número dos crentes” (Atos dos Apóstolos, 255 e 256).

6.      Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

Para concluir este estudo não há como deixar de destacar a alegria de Paulo com o relato de Silas e Timóteo. Devemos imaginar que ele andava preocupado, quem sabe um pouco ansioso, sobre os tessalonicenses. Naqueles tempos a correspondência era precária, e as viagens levavam muito tempo. E quando finalmente recebeu notícias boas, deve ter sentido um festival de emoções positivas em seu íntimo. Afinal, não era em todos os lugares que tais resultados ocorriam.

Pois, refletindo: como é bom quando alguém faz algo por nós, e nós, em correspondência, damos a essa pessoa a alegria de termos feito bom proveito de sua ajuda. Por exemplo, ao indicarmos alguém para um emprego, como é bom se tempos depois, por alguma casualidade falarmos com seu patrão, e ele nos disser: que bom que você indicou essa pessoa para trabalhar aqui! Por outro lado, como é ruim quando alguém indicado por nós cria problemas. Já passamos duas vezes por essa situação, e ainda nos falta a que nos dê alegria.

Paulo, ao saber que as notícias eram melhores que poderia imaginar, isso depois dos problemas iniciais que ocorreram em Tessalônica, só poderia reagir como lemos em sua carta. E quanto essa alegria ajudou em seu trabalho posterior, isso é inimaginável. Como ele deve ter sentido prazer em escrever aquela carta. Sempre devemos nos manifestar quando algo foi positivo e bom. Nesse domingo dia 17 de junho, voltava de viagem, de ônibus de Porto Alegre a Ijuí. O condutor do ônibus era um motorista novo, que eu não conhecia. Ele era um tipo que se dava bem com todos, e nos tratou de uma maneira cortês e amigável. Deu para perceber como isso impactou positivamente nos passageiros, e éramos 50, ônibus lotado. Então tive a idéia de, no dia seguinte, enviar um e-mail ao SAC da empresa para algumas palavras de elogio a esse profissional. Certamente elas fizeram bem a ele, para continuar assim. Devemos sempre lembrar de falar coisas boas a quem faz algo com dedicação, pois geralmente somos mais rápidos em reclamar.

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Comentários Lição 4 - Alegria e Gratidão (Prof. César)


21 a 28 de Julho de 2012

Verso Principal
“Sempre damos graças a Deus por todos vocês, mencionando-os  em nossas orações. Lembramo-nos continuamente, diante de nosso Deus e Pai, o que vocês têm demonstrado: o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo.” (1Ts 1:2,3-NIV)

Nada mais compensador para um pastor de almas do que ver suas ovelhas avançando na vida espiritual e produzindo frutos para a glória de Deus e o progresso de Sua causa na Terra.
Jesus promete alegria verdadeira àqueles que andam pela fé, fazem Suas obras e vivem de maneira digna (Cl 1:10). Alegria verdadeira é artigo raríssimo no mundo de hoje.

A alegria do cristão é decorrente da fé real que o anima. Se você for pensar bem, poucos motivos há para se ter alegria neste mundo. Refiro-me à alegria segundo a entendem os homens. Um mundo onde cada dia morrem de fome cerca de 24.000 pessoas, sendo 10% de crianças (países em desenvolvimento).
Onde trinta e cinco por cento de seus habitantes carecem de água potável para consumo. Onde prevalecem a destruição de habitats naturais e redução dos poderes da biodiversidade, Metade das florestas da Europa Central, China e América do Norte está desaparecendo devido à poluição aérea e à chuva ácida. A violência e o desprezo pela vida humana crescem a índices assustadores. A devassidão moral atinge níveis alarmantes, a família ruma para a extinção... Sem pender para o pessimismo de Nietsche, perguntamos: O que há para se alegrar no mundo?

Ah, existe uma alegria incomparável que provém da habitação de Cristo no coração mediante o Espírito Santo. E por termos esse maravilhoso e sobrenatural contentamento, sobram-nos motivos para agradecer a Deus por Sua infinita bondade em conceder-nos vida, salvação, esperança, perdão, Espírito Santo, intercessão de Cristo, proteção dos anjos, o pão de cada dia, a certeza do retorno de Jesus, o amor fraternal, o privilégio de participarmos da edificação de Seu reino e muitas bênçãos mais.

“No mundo tereis aflições.” Parece paradoxal a Bíblia falar em alegria quando sabemos – porque fomos prevenidos por Jesus – que padeceríamos muitas aflições (ver Sl 34:19). Mas agora veja o que Jesus disse também: “Assim também agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar.” (Jo 16:22) Pois é, estamos a pouco tempo do glorioso retorno de Jesus. Pensemos na alegria que será vermos a Cristo assentado sobre Seu sublime trono, sorrindo e chamando-nos para voar até Ele, jubilosos, imortais, remidos, para gozar uma vida com início, mas sem término, existindo enquanto Deus existir.

DOMINGO
Uma oração de gratidão (1Ts 1:1-3)
Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo, graça e paz a vós outros. Damos, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar, recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo.” (1Ts 1:1-3)

Embora a epístola se abra com uma saudação formal muito a caráter de Paulo, temos certeza de que não era essa uma fria formalidade, um joguinho de palavras para “encher linguiça”. Paulo sempre foi muito sincero e criterioso na expressão de suas emoções. Essa atitude manifestava o anelo de sua alma, temos certeza.

O desejo: “Graça e paz a vós outros.” A igreja sempre carece dessas duas virtudes procedentes do trono de Deus. Daí, em todas as suas epístolas (excetuando-se Hebreus), essa saudação encontra-se presente, mesmo naquelas endereçadas a indivíduos como Timóteo (1Tm 1:2; 2Tm 1:2), Tito (Tt 1:4) e Filemon (Fl 1:3).

Paulo nomeia seus dois fiéis companheiros Silvano (Silas) e Timóteo como coautores da carta, embora todo o seu teor seja bem ao estilo dos textos paulinos. Pode ter acontecido de eles terem funcionado como secretários e manuscreverem o documento, assim como Paulo usou Tércio para redigir a epístola aos romanos.

Temos certeza de que o zelo de Paulo não permitiria que ele usasse de bajulação para ser bem recebido pelos tessalonicenses. Os termos de abertura da epístola mostram que ele orava muito pela igreja de Tessalônica e dava graças ao Senhor pela congregação que havia fundado e que progredia no Evangelho.

Por revelação Paulo declara que os tessalonicenses eram amados de Deus, porque tinham uma fé operante, ativa, trabalhavam com amor na obra de Cristo, e da firme esperança que cultivavam. Segundo Doddrige, essas frases eram hebraísmos significando fé ativa, laborioso amor e esperança paciente.

Muitos dos crentes de Tessalônica haviam-se convertido dos ídolos a Deus, ‘para servir ao Deus vivo e verdadeiro’. Eles haviam recebido ‘a palavra em muita tribulação’; e seu coração estava cheio do ‘gozo do Espírito Santo’. O apóstolo declarou que em sua fidelidade em seguir ao Senhor, haviam eles sido ‘exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia’. Essas palavras de louvor não eram imerecidas; ‘porque por vós’, escreveu ele, ‘soou a Palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou’. 1Ts 1:6-8. 

“Os crentes de Tessalônica eram verdadeiros missionários. Seu coração estava inflamado de zelo pelo seu Salvador, que os livrara do temor da ‘ira futura’. 1Ts 1:10. Mediante a graça de Cristo, operara-se-lhes na vida uma transformação maravilhosa; e a Palavra do Senhor, pregada por eles, era acompanhada de poder. Por intermédio das verdades apresentadas, corações foram ganhos e almas acrescentadas ao número dos crentes.” AA, 256.

“Abnegação do vosso amor”
            Os tessalonicenses, apesar de novos na fé, alcançaram pelo Espírito Santo, o nível de amor sofredor que Paulo exalta em 1Co 13, dizendo que o ágape ou amor-princípio tudo crê e tudo suporta. Essa afirmação pode colidir com a ideia de que o amor ágape só pode ser alcançado depois de muitos anos de vivência cristã. Embora isso seja verdadeiro, as palavras do apóstolo aos tessalonicenses mostram que mesmo crentes novos podem ter, e têm, o amor de Cristo derramado em seus corações pelo Espírito Santo (Rm 5:5).
                SEGUNDA  
 Deus escolheu você (1Ts 1:4)

              Paulo afirma reconhecer que Deus havia elegido os tessalonicenses. Romanos 8:28 fala de um chamado segundo o propósito divino. Qual é esse propósito? Predestinação para serem conforme a imagem de Seu Filho. (v. 29). E porque predestinou (destinar por antecipação), chamou, justificou e glorificou (v. 30). A quantos Deus predestinou para a salvação? Todos os homens. “O qual [Deus, nosso Salvador] deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (1Tm 2:3, 4)

“Um assunto que causa polêmica entre os evangélicos desde tempos remotos, é a predestinação calvinista. A predestinação calvinista é a que chamamos de predestinação incondicional. Ao passo que a predestinação verdadeiramente bíblica é a que chamamos predestinação condicional". W. Campelo.
              
              “Este texto [2Pe 1:10] revela imediatamente que a salvação, no que respeita ao nosso caso individual, depende de nossa própria ação [leia-se escolha]. Somos eleitos para ser salvos, mas cumpre-nos ser diligentes em tornar firme essa eleição. Se não o fizermos, ela não cumpre em nós seus desígnios...” Estudos Bíblicos, p. 104, terceira edição.
               
                Por essa eleição Deus dispõe toda a Sua infinita graça necessária para que ninguém se perca. Ele, que não poupou nem mesmo Seu próprio Filho, não economizou e não economiza nenhum recurso para que as pessoas se salvem. O Dr. John Gill entende que a eleição é um ato soberano de Deus executado antes da fundação do mundo, no qual tem lugar o plano da redenção que custou a vida de Cristo Jesus para resgate de todos.
               
                Só que a consolidação salvação no homem não depende tão somente da escolha do Senhor. Essa foi feita e decidida para sempre. Porém, o homem pode discordar da escolha divina. Pode dizer: “Não queremos que Esse reine sobre nós.” (Lc 19:14).
                
                Certo irmão da igreja tinha muitas dúvidas sobre a eleição bíblica. Ele não conseguia compreender muito bem a teologia da predestinação. Num dia, ele passava pela frente de sua igreja e viu um velho diácono varrendo o chão da nave. Entrou e partilhou sua preocupação com aquele homem humilde e generoso. O idoso cristão disse-lhe: “Bem, meu irmão, a coisa é simples: Deus vota a favor, o diabo vota contra, vence aquele lado para o qual depositamos nosso voto.”
               
                Josué desafiou Israel dizendo-lhe: “Escolhei, hoje, a quem sirvais.” (Js 24:14) Mais tarde, Elias, no Monte Carmelo, olhou para o povo apostatado e disse: “Se o Senhor é Deus, segui-O; se é Baal, segui-o.” (1Rs 18:21) Deus elegera Israel, mas dera-lhe liberdade de preferir a quem servir.

  O repto, hoje, para nós é: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo.” (At 16:31). A Bíblia diz que quem não crer será condenado (Mc 16:16).  Mas o que é crer no Senhor Jesus? “Todo aquele, pois, que ouve estas Minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha... E todo aquele que ouve estas Minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia...” (Mt 7:24, 26. Comparar com Jo 12:28))
               
TERÇA  
Segurança em Cristo (1Ts 1:5)
           
“Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós.”

A certeza da justificação – A justificação foi prometida pela boca do Senhor. O Evangelho é o mensageiro da justificação ou perdão. Por ser acompanhado de poder – poder não procedente de oratória, de persuasão humana, da força do talento homilético, de encenações – o qual Paulo diz ser procedente de Deus (ver Rm 1:16), ele é irresistível em sua força transformadora. O elemento mais importante nessa alocução de Paulo para assegurar que o crente está justificado, é a presença do Espírito do Senhor. O Espírito Santo acompanha pessoalmente a ministração do Evangelho e trabalha no coração dos que o ouvem. Sem Ele nenhuma alma se converteria, nenhum ser seria perdoado, justificado, modelado. A “plena convicção” de que fala o apóstolo e que se instala na mente do ouvinte, já fora preparada muito antes do Evangelho chegar ao seu conhecimento. Sabemos que o Espírito do Senhor trabalha com antecedência no coração daqueles a quem transmitimos as boas novas de salvação.

“A verdade é eficaz e mediante a obediência seu poder transforma a mente à imagem de Jesus. É a verdade como é em Jesus que aviva a consciência e transforma a mente; pois chega ao coração acompanhada pelo Espírito Santo. Há muitos que, tendo falta de discernimento espiritual, tomam a simples letra da Palavra e verificam que, desacompanhada do Espírito de Deus, ela não aviva a alma nem santifica o coração. Pode-se ser capaz de citar algo do Antigo e do Novo Testamento, estar familiarizado com os preceitos e as promessas da Palavra de Deus; a menos, porém, que o Espírito Santo impressione o coração com a verdade, iluminando a mente com a luz divina, ninguém cai sobre a Rocha e se despedaça; pois é o instrumento divino que liga a alma com Deus.” E Recebereis Poder, 128.
A prova inconteste da posse da justificação pelos tessalonicenses encontra-se no reconhecimento que o apóstolo fez de seu testemunho de vida: “obra da vossa fé, vosso trabalho de amor e da vossa firmeza de esperança em nosso Senhor Jesus Cristo...” (1Ts 1:3) A justificação (justiça imputada) estava trabalhando em íntima união com a santificação (justiça comunicada) e os frutos dignos surgiam.
Os benditos frutos

O caráter do cristão é manifesto em sua vida diária. Disse Cristo: ‘Toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. ’ Mt 7:17. Nosso Salvador Se compara a uma videira, da qual Seus seguidores são os ramos. Ele declara positivamente que todos aqueles que desejam ser Seus discípulos precisam produzir frutos; e então mostra como podem tornar-se ramos frutíferos. ‘Estai em Mim e Eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim.’ Jo 15:4. 
         
        “O apóstolo Paulo descreve o fruto que o cristão deve produzir. Diz ele que ‘está em toda bondade, e justiça e verdade’. Ef 5:9. E outra vez: ‘O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. ’ Gl 5:22 e 23. Estas preciosas graças são apenas os princípios da lei de Deus, demonstrados na vida.” Santificação, 80.

                                                  QUARTA 

Fazer o que Paulo faria (1Ts 1:6, 7)
               “Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo, de sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia.”
               
                Pode surpreender a ordem com que Paulo coloca a imitação de vida: 1) Meus imitadores; 2) imitadores do Senhor. Ora, Paulo, a despeito de toda a maturidade espiritual que atingira, não era perfeito. Ele mesmo confessara: “Não que eu... tenha obtido a perfeição... não julgo havê-lo alcançado...” (Fp 3:12,13). Como um imperfeito pode tornar-se modelo do perfeito?
                
                Paulo ousava pedir que o imitassem (1Co 4:16; Fp 3:17), porque ele imitava a Cristo (1Co 11:1).  Ele se fazia uma referência visual aos crentes.  Não tinha o menor receio de expor-se como modelo, porque dia após dia ele morria para si mesmo (1Co 15:31), cada dia prosseguia para o alvo, para o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus (Fp 3:14).
   
  Posando como modelo humano ele animava os crentes a colocarem alvos elevados de consecução espiritual. Ele, sendo o principal dos pecadores (1Tm 1:15), subira a tal patamar de evolução espiritual, assim todos, que eram tão dependentes quanto ele da graça de Cristo, poderiam chegar a mais altos degraus na escala da santificação. O que Paulo quer dizer é que os tessalonicenses, como seus filhos espirituais, o imitassem como as crianças imitam os pais. “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.” (Fp 4:9)
E o que é ser imitador de Cristo? É apresentar a todos que o rodeiam o encanto inigualável da religião pura e imaculada.

O poder da influência é decisivo.  “Somos naturalmente egocêntricos e opiniosos [obstinados]. Mas, ao aprendermos as lições que Cristo nos deseja ensinar, tornamo-nos participantes de Sua natureza; daí em diante, vivemos a Sua vida. O maravilhoso exemplo de Cristo, a incomparável ternura com que compreendia os sentimentos dos outros, chorando com os que choravam e Se regozijando com os que se regozijavam, deve exercer profunda influência sobre o caráter de todos quantos O seguem em sinceridade. Mediante palavras e atos bondosos, procurarão facilitar o trilho aos pés cansados.” CBV, 157, 158.  

Quando trabalhamos na tesouraria do IASP, tínhamos um aluno talentoso a quem chamávamos de “Sabiá”.  Antes de vir para o colégio ele morava em zona rural e aprendera, pela atenta observação, imitar várias vozes de pássaros. Lembro-me também do Ronaldo, colega do Departamento de Arte e barítono do quarteto da CASA. Ele nos fazia rir muito imitando vários obreiros da Publicadora. O grande comediante brasileiro José Vasconcellos começou sua carreira em 1942, fazendo imitações no programa de Renato Mursi, por nome “Papel Carbono”.  Ele reproduzia com perfeição as vozes de Ari Barroso, compositor de Aquarela do Brasil, Charles Boyer, famoso ator francês, Danny Kaye, ator e cantor americano, de muitos narradores do cinema como Aimberê, da BBC, Luiz Jatobá, Luís Lopes Correia e outros. Qual o segredo desses imitadores? Simples: absorver todos os modos e trejeitos vocais e gestuais pela demorada concentração sobre os “originais”.  Assim funciona na vida espiritual. A contemplação do grande Original levar-nos-á a imitá-Lo. O Espírito do Senhor imprimirá Sua semelhança em nós.
                       
QUIN TA 
 Mais evidências da fé (1Ts 1:8-10)

A versão inglesa King James assim reza: “De vocês soou a Palavra do Senhor não apenas na Macedônia e Acaia, mas também em todo lugar vossa fé foi espalhada...” (v. 8)

Como não podia deixar de ser com corações verdadeiramente convertidos, os tessalonicenses sentiram o doce impulso de propagar a fé do Salvador que Paulo lhes havia revelado.  Delegações missionárias partiram para o norte e o sul levando a mensagem do Libertador ressurreto.

  “Muitos dos crentes de Tessalônica haviam-se convertido dos ídolos a Deus, ‘para servir ao Deus vivo e verdadeiro’. Eles haviam recebido ‘a palavra em muita tribulação’; e seu coração estava cheio do ‘gozo do Espírito Santo’. O apóstolo declarou que em sua fidelidade em seguir ao Senhor, haviam eles sido ‘exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia’. Essas palavras de louvor não eram imerecidas; ‘porque por vós’, escreveu ele, ‘soou a Palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou’. 1Ts 1:6-8. 
               “Os crentes de Tessalônica eram verdadeiros missionários. Seu coração estava inflamado de zelo pelo seu Salvador, que os livrara do temor da ‘ira futura’. 1Ts 1:10. Mediante a graça de Cristo, operara-se-lhes na vida uma transformação maravilhosa; e a Palavra do Senhor, pregada por eles, era acompanhada de poder. Por intermédio das verdades apresentadas, corações foram ganhos e almas acrescentadas ao número dos crentes.” AA, 256.  
                 
                 Que poder imenso tem o Evangelho de Cristo! Aqueles que há não muito tempo se curvavam diante dos deuses gregos e romanos, agora se erguiam pelo Deus verdadeiro e encarnado para mostrar ao mundo que a salvação foi trazida do Céu a todos os que quisessem aceitá-la. Homens e mulheres transformados mostravam não apenas em palavras, mas pela força de sua vida transformada o que Jesus pode fazer pelos que O seguem.
           
            Podemos imaginar a imensa satisfação de Paulo ao lhe ser relatado o progresso espiritual daqueles que eram fruto de seu abnegado ministério. No verso três do primeiro capítulo de sua epístola, Paulo menciona quatro decorrências vitais da força da mensagem de Jesus que operara nos ex-gentios: obra da fé, trabalho de amor, firmeza de esperança e confirmação de eleição. 
               
                 Ao dedicar-se assim à divulgação da poderosa Palavra que mudou sua vida, os missionários tessalonicenses mostraram que “todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como um missionário. Assim que vem a conhecer o Salvador, deseja pôr os outros em contato com Ele. A santificadora verdade não pode ficar encerrada em seu coração. Aquele que bebe da água viva torna-se uma fonte de vida. O recipiente vem a ser um doador. A graça de Cristo na alma é como uma fonte no deserto, vertendo para refrigerar a todos, e fazendo com  que os prestes a perecer tenham sede da água da vida”. CBV, 102, 103.
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